Por: AGE AGE
INTEGRITY-MOÇAMBIQUE, 10 de Setembro de 2022-As últimas declarações do cidadão Nihia feriram, não só à tribo atingida como para todos os que sonham num Moçambique sem barreiras cultural e linguística. E as críticas levantadas em torno a esta falta de valores do Nihia revelam o quão intelectos nos tornamos. Não é a primeira vez que Nihia faz este tipo de sacudidas, só que outrora as pessoas não tinham a consciência sobre a velocidade que levávamos para a intolerância.
É urgente que os nossos historiadores saiam do cativeiro da disciplina do medo em busca das verdades há muito distorcidas.
A começar pelos pronunciamentos tribalistas do cidadão Chipande e os de inconformismo do Nihia, dá azo de que estas pessoas, ainda não disseram o que irrita suas gargantas.
Os macuas têm sido postos a prova de cogitação desde há anos. Em 1985, quando Chissano veio apresentar Zimba como governador de Nampula, disse no comício popular, no estádio 25 de Setembro, que fizeram um aturado casting para trazer uma figura renomada com raízes macuas, mas não foi possível. Os macuas conteram-se e o tempo curou às feridas.
Nihia está a chorar! Quando o cidadão Nihia pensa em celebrar o seu heroísmo que o transformou, hoje, em General, não tem colega da sua tribo com quem pode contar as memórias da epopeia de libertação. Nihia tem dificuldades de conviver com os seus por causa do seu puro egoísmo reflectido durante o período de caça ao homem só porque falava diferente, pensava diferente e como tal o futuro o reservava meritocracia. Perguntem-se sobre o que aconteceu à Joana Simeão, ela era de Nampula e foi riscada do cenário por ser o que era!
Quem pode explicar que Nampula, a província mais populosa do país, tenha feito, apenas, Nihia nas hastes dos chamados libertadores. Só ele e mais ninguém!
Os macuas vivem numa profunda reflexão na perspectiva do léxico “DESENVOLVIMENTO”. Os macuas acordam do seu sono profundo com incertezas do Deus dará! Daí que o grosso destes fazem suas vidas no sector informal. Os macuas deixaram de acreditar nas mentiras repetitivas dos últimos vinte e cinco anos (1994/2019), desde as primeiras eleições até às últimas.
Só que o cidadão Nihia esqueceu-se de um facto. As eleições de 15 de Outubro de 2019, Nampula não defraudou a FRELIMO. E não o fez com grandes margens de diferença (FRELIMO 75%, RENAMO 20% e MDM 5% respectivamente). Aí os macuas não foram “FALSOS” ou alguém foi falso para os macuas!
A população de província de Nampula compreendeu o significado do Direito Democrático e faz o que pode para reencontrar-se e derrubar todas as barreiras que as opõe cultura e linguisticamente para juntos trilharem caminhos de concórdia. A população de Nampula descobriu que afinal é possível fazer algo diferente apesar da pobreza que grassa nossas instituições.
E vocês são os culpados da vossa desgraça quando perderam o palco da guerra com RENAMO! Aceitaram o multipartidarismo e isso mostrou as pessoas o direito à opção. Amurane, eleito por um pequeno partido, mostrou que é possível governar com responsabilidade. Mostrou que é possível dar sorriso há muito perdido!
E hoje, por verem que a vossa mordomia está cada vez mais decadente, procuram dar nome os bons samaritanos.
Nas suas acusações, Nihia aponta, Pemba como um dos povos ainda íntegro e fiel a FRELIMO, mas esqueceu-se àqueles lá, também, são macuas, apesar de ainda estarem na guerra para derrubarem as muralhas cultural e linguística que os opõe (macuas a maioria, mwanis e macondes que tentam impor-se em todas as frentes, especialmente, nos últimos oito anos). Creia-me, cidadão Nihia, os macuas, tal como o senhor disse que se envergonha por ser, também da etnia, partilha o sentimento que lhe é causado. Todos os macuas das quatro províncias, cidadão Nihia, estão com o mesmo sentimento de pesar.
A próxima vez que tiver a oportunidade de falar com os seus, aconselho-o a preparar de forma minuciosa o seu discurso e seja eficiente no uso das palavras. É difícil mas é possível!
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