O anúncio dos resultados parciais das eleições gerais, legislativas e das assembleias provinciais, que tiveram lugar no dia 9 de outubro do ano em curso, dando vantagem a Frelimo e ao seu candidato presidencial Daniel Chapo, trouxeram desconforto aos partidos da oposição e candidatos concorrentes.
O descontentamento agudiza-se com o assassinato de Elvino Dias e Paulo Guambe, que a queima roupa foram vítimas de 25 tiros, em plena via pública no centro da cidade de Maputo, capital moçambicana a 19 de outubro de 2024.
Venâncio Mondlane tido como o maior injustiçado vai convocando manifestações que vão galgando de pacíficas para violentas, com a polícia moçambicana, a violar o direito constitucional do cidadão, lançando gás lacrimogêneo, atirando para matar, e em contra resposta a população vai vandalizando infraestruturas públicas e privadas, bloqueando vias e deixando a capital moçambicana num clima de caos.
As manifestações já mais vistas em Moçambique já rodam pelo mundo e vão suscitando reações de solidariedade para com as vítimas mortais, e apelos de paz e concórdia entre os moçambicanos. Seguindo a trilha de tantos outros líderes mundiais, o líder da igreja católica o Papa Francisco convida aos moçambicanos para o diálogo, à tolerância e à busca incansável por soluções justas.
Quando eram 12 horas e 32 minutos discursando no Ângelus, o Papa exortou aos moçambicanos a não perderem a fé no caminho da democracia, da justiça e da paz.
Em seus apelos, após assegurar a sua proximidade às vítimas de catástrofes naturais na Indonésia e na Espanha, o Papa Francisco expressou sua preocupação pelas notícias que chegam de Moçambique, país visitado em 2019.
“As notícias que chegam de Moçambique são preocupantes, convido todos ao diálogo, à tolerância e à busca incansável por soluções justas, rezemos por toda a população moçambicana, para que a situação atual não faça perder a fé no caminho da democracia, da justiça social e da paz” arrebatou o clérigo.
Pelo menos 30 pessoas morreram e centenas ficaram feridas, várias infraestruturas vandalizadas, em três semanas de manifestações sobre a contestação aos resultados eleitorais.
Na última sexta-feira, 8 de novembro, os Bispos católicos da África do Sul, Botswana e eSwatini (SACBC) enviaram uma carta aos membros da Conferência Episcopal de Moçambique (CEM), expressando solidariedade e orações com o povo de Deus na sequência da agitação pós-eleitoral.
Há alguns dias, o arcebispo de Maputo, Dom João Carlos Hatoa Nunes, havia lançado um veemente apelo à paz, tolerância e respeito à vida . (Pedro Tawanda)