INTEGRITY-MOÇAMBIQUE, 09 de Setembro de 2022 – Já não vale nada a luta pela conservação dos recursos naturais, sobretudo, em santuários marinhos, próximo à Ilha de Ibo, no arquipélago das Quirimbas, uma área adstrita ao Parque Nacional das Quirimbas, em Cabo Delgado.
Um influente membro do partido FRELIMO, no distrito de Ibo, cujo nome omitimos, está a ser apontado como sendo a figura que luta pela redução à zero de todos os esforços de uma organização local, que luta pela protecção, conservação e uso sustentável dos recursos naturais, pelo facto de liderar, nesta semana, a pesca em santuários, sob protesto de que o peixe seria usado na conferência distrital do partido.
Até porque as grandes influências do referido “frelimista”, segundo relatam informações em nosso poder, têm espaço em todas as instituições públicas de Ibo.
Consta que a pesca no santuário da Ilha do Ibo, perpetuada por grupos de pescadores a mando do tal membro da FRELIMO, em conivência com as autoridades do Parque Nacional das Quirimbas, foi realizada depois de longos anos de luta pela conservação e pesca sustentável, e as comunidades locais acabaram por colaborar em nome da actual e futuras gerações.
O facto ocorreu quando um grupo de pescadores foi surpreendido pelos membros da ASMOG, a pescar dentro do santuário na Ilha do Ibo, com recurso a uma embarcação e rede de arrasto de praia, localmente conhecido por CAVOGO. A lei não permite esse tipo de arte, pior ainda em santuários.
“Não se pode gozar da oportunidade e privilégios de poder para benefícios próprios. Imagine que a comunidade sempre foi proibida a pescar no local e simplesmente porque alguém acha que tem um certo poder mandou fumar as regras e fazer o que outrora era proibido à comunidade. Imagine como isso desvaloriza os esforços empreendidos para a conservação”, denunciou um dos membros da Associação de Monitoria Orientada pela Gestão – ASMOG.
“Num arrastão destes, nem uma formiga escapa. Quero que o chefe do bloco se pronuncie com A + B e o Administrador do PNQ também. Nada de hipocrisia doentia, não há impunidade no santuário do PNQ. Há muito pouco tempo, foi o caso do mega-furtivo aniquilador de tartarugas que, depois de assumir e aprovadas as evidentes da matança, foi levado a Pemba, deu umas voltinhas, e voltou até gordinho. Porquê que o PNQ permanece mudo, surdo e cego?!” – Questionou indignado mais um activista ambiental.
A maior preocupação dos membros da ASMOG é o facto da pesca em santuário ter sido feita à luz do dia e o representante do Parque Nacional das Quirimbas, no Ibo, não agir perante tamanha transgressão desta norma de conservação.
Entretanto, a tentativa de abordar um responsável do Parque Nacional das Quirimbas não deu certo ainda, mas a “Integrity” vai continuar a seguir o caso que, mais outra vez, mostra como as elites da FRELIMO, a seu bel-prazer, usam o poder para os interesses particulares.
ASMOG, que desenvolve suas actividades há cinco anos, foi reconhecida em 2022 pelo despacho do Secretário do Estado em Cabo Delgado, sob o número 542 ao abrigo da lei 8/91. (Mussa Yussuf para IMN em Pemba)
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