EFF condena repressão violenta e clama por justiça internacional para Moçambique

INTEGRITY-MOÇAMBIQUE, 06 de novembro de 2024-O partido sul-africano Economic Freedom Fighters (EFF) emitiu, através de um comunicado, uma "forte" condenação à repressão violenta realizada, de acordo com ele, pelo governo de Moçambique contra manifestantes que questionam os resultados das eleições de 09 de outubro passado.

As eleições, marcadas por denúncias de irregularidades e acusações de fraude, desencadearam protestos massivos em diversas cidades do país. Segundo o EFF, o governo tem respondido com medidas drásticas e brutais, lançando mão de balas de borracha, gás lacrimogêneo e até munição letal para dispersar multidões desarmadas, compostas por jovens e ativistas.

Para o partido da terra de Mandela, o cenário em Moçambique é descrito como alarmante. Até o momento, mais de 20 pessoas foram mortas, enquanto outras 390 ficaram feridas e cerca de 800 foram detidas em operações policiais. Com evidências que indicam que a repressão vai além das ruas: as forças de segurança teriam lançado gás lacrimogêneo a partir de helicópteros em bairros residenciais e restringido o acesso à internet, numa tentativa de suprimir a comunicação e o alcance dos manifestantes.

De acordo com o EFF, Mondlane foi alvo de uma tentativa de ataque até mesmo em território sul-africano, o que levou o partido a exigir uma investigação urgente das autoridades da África do Sul sobre o ocorrido.

Chamado à intervenção internacional

O EFF conclama a União Africana (UA), a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) e organizações de direitos humanos a intervirem com urgência em Moçambique. O partido considera inaceitável que cidadãos sejam impedidos de exercer seu direito de protesto pacífico e de exigir transparência eleitoral. Julius Malema, líder do EFF, destacou que a resposta violenta do governo moçambicano é uma afronta aos valores democráticos e aos direitos fundamentais, acrescentando que “a violência não deve ser uma arma contra os legítimos anseios populares.”

Impacto regional e possíveis consequências

A crise em Moçambique ameaça impactar também a estabilidade regional. O EFF expressou preocupação com o precedente que essas acções podem estabelecer no contexto africano, alertando para o risco de normalização de repressões contra movimentos populares. Além disso, o EFF ressaltou a importância de que a África do Sul e outras nações africanas reforcem o compromisso com a proteção dos direitos humanos e a promoção da democracia.

Contudo, o EFF reafirma o seu apoio ao povo moçambicano, defendendo que a luta por justiça e democracia não pode ser calada por acções violentas. O partido insiste que Moçambique precisa de respostas transparentes sobre os resultados eleitorais e que os cidadãos devem ser ouvidos sem temor de retaliação. E essa reação vem depois do partido que governa a África do Sul (ANC) ter já mostrado apoio ao partido FRELIMO, em um forte condão de felicitação pela vitória ESMAGADORA e RETUMBANTE dos camaradas. (Bendito Nascimento)

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