As eleições, marcadas por denúncias de irregularidades e acusações de fraude, desencadearam protestos massivos em diversas cidades do país. Segundo o EFF, o governo tem respondido com medidas drásticas e brutais, lançando mão de balas de borracha, gás lacrimogêneo e até munição letal para dispersar multidões desarmadas, compostas por jovens e ativistas.
Para o partido da terra de Mandela, o cenário em Moçambique é descrito como alarmante. Até o momento, mais de 20 pessoas foram mortas, enquanto outras 390 ficaram feridas e cerca de 800 foram detidas em operações policiais. Com evidências que indicam que a repressão vai além das ruas: as forças de segurança teriam lançado gás lacrimogêneo a partir de helicópteros em bairros residenciais e restringido o acesso à internet, numa tentativa de suprimir a comunicação e o alcance dos manifestantes.
De acordo com o EFF, Mondlane foi alvo de uma tentativa de ataque até mesmo em território sul-africano, o que levou o partido a exigir uma investigação urgente das autoridades da África do Sul sobre o ocorrido.
Chamado à intervenção internacional
O EFF conclama a União Africana (UA), a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) e organizações de direitos humanos a intervirem com urgência em Moçambique. O partido considera inaceitável que cidadãos sejam impedidos de exercer seu direito de protesto pacífico e de exigir transparência eleitoral. Julius Malema, líder do EFF, destacou que a resposta violenta do governo moçambicano é uma afronta aos valores democráticos e aos direitos fundamentais, acrescentando que “a violência não deve ser uma arma contra os legítimos anseios populares.”
Impacto regional e possíveis consequências
A crise em Moçambique ameaça impactar também a estabilidade regional. O EFF expressou preocupação com o precedente que essas acções podem estabelecer no contexto africano, alertando para o risco de normalização de repressões contra movimentos populares. Além disso, o EFF ressaltou a importância de que a África do Sul e outras nações africanas reforcem o compromisso com a proteção dos direitos humanos e a promoção da democracia.
Contudo, o EFF reafirma o seu apoio ao povo moçambicano, defendendo que a luta por justiça e democracia não pode ser calada por acções violentas. O partido insiste que Moçambique precisa de respostas transparentes sobre os resultados eleitorais e que os cidadãos devem ser ouvidos sem temor de retaliação. E essa reação vem depois do partido que governa a África do Sul (ANC) ter já mostrado apoio ao partido FRELIMO, em um forte condão de felicitação pela vitória ESMAGADORA e RETUMBANTE dos camaradas. (Bendito Nascimento)