A exploração está sob a liderança da Sasol Petroleum Mozambique Exploration, em colaboração com a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH). Segundo o governo, o novo depósito reforça o potencial energético do país e representa um passo significativo para o desenvolvimento económico, embora envolva complexidades na gestão de seus recursos naturais.
Filimão Suaze, porta-voz do Conselho de Ministros, enfatizou que esta descoberta deve ser abordada com prudência, dado o crescente interesse de actores estrangeiros nos recursos energéticos de Moçambique. Alertou sobre os riscos associados ao sector de hidrocarbonetos, mencionando exemplos de outros países onde a riqueza em recursos atraiu pressão externa, impactando a segurança e estabilidade locais. Para Moçambique, é crucial adoptar uma abordagem que privilegie a soberania nacional e o bem-estar da população.
“Relativamente à questão da descoberta de gás em Inhambane versus forças externas, eu penso que este é o risco que decorre em qualquer país que tem sobre o seu subsolo recursos que vão sendo descobertos” disse.
As análises iniciais confirmaram a presença de gás, mas estudos detalhados serão necessários para determinar a quantidade e a viabilidade da extração comercial. A Sasol e a ENH já estão a preparar um plano de avaliação técnica e económica da nova reserva, visando esclarecer o potencial real de exploração. Este processo exigirá investimentos em pesquisa e infraestrutura, e cada etapa será fundamental para a definição de estratégias de exploração e venda.
Com esta descoberta, Moçambique reafirma-se como um emergente pólo energético, principalmente na região sul do continente africano. A exploração das reservas da bacia sedimentar de Moçambique coloca o país num cenário estratégico, principalmente se projectos como os da TotalEnergies na Bacia do Rovuma obtiverem sucesso. No entanto, esse crescimento traz desafios adicionais em termos de segurança e infraestrutura, especialmente considerando as recentes tensões no norte do país.
Por fim, Suaze destacou que o governo moçambicano continuará vigilante e comprometido com uma abordagem cautelosa, com o objectivo de assegurar que os recursos contribuam para o progresso nacional sem comprometer a autonomia do país. (Bendito Nascimento)