PRM lança gás lacrimogêneo nos prédios para impedir manifestação “panelaço”

INTEGRITY-MOÇAMBIQUE, 05 de novembro de 2024-Os moradores das zonas consideradas nobres da Cidade de Maputo decidiram juntar-se, na noite de ontem, a onda de manifestação que já vem acontecendo no país em reivindicação dos resultados das eleições de 9 de outubro e outros problemas que inquietam os moçambicanos.

O modelo de reivindicação encontrado está a ser apelidado de manifestação “panelaço” na qual de forma unida os moradores dos prédios e condomínios, ao longo das principais avenidas da capital do país, recorreram a panelas, frigideiras, bacias e outros utensílios domésticos para provocar barulho repudiando os acontecimentos que vem marcando o país.

Em resposta, a esta forma encontrada pelos moradores para manifestar, diferentes forças da Polícia da República de Moçambique (PRM) preencheram as avenidas disparando gás lacrimogêneo para as residências.

Os vídeos amplamente partilhados nas redes sociais denunciam que o objectivo da PRM era de calar ou intimidar os manifestantes que sem sair das suas casas reivindicavam pacificamente.

Esta foi a primeira vez, em anos, onde viu-se os moradores das ditas zonas nobres a unirem-se à onda de manifestação. Recorde-se que esta estratégia foi adoptada há algumas semanas pelos estudantes moradores da residência universitária da Universidade Eduardo Mondlane.

O mesmo modelo de greve foi agendado para esta terça-feira (5 de novembro) a acontecer em dois momentos. O primeiro será durante a tarde no intervalo das 12 às 13 horas e a segunda fase está prevista para às 19 pelo menos 20 horas.

De referir que a manifestação “panelaço” foi uma invenção da burguesia chilena. Ela inaugurou esta forma de protesto para demonstrar seu cansaço com o governo de Salvador Allende na década de 1970.

Na época, ao cair da noite, mulheres dos bairros abastados de Santiago demonstravam, ao bater em frigideiras, caçarolas e panelas, seu descontentamento com o socialismo diante da escassez de produtos de primeira necessidade. (Ekibal Seda)

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