Sociedade Civil apresenta providência cautelar para restabelecimento imediato do acesso à internet

INTEGRITY-MOÇAMBIQUE, 05 de novembro de 2024-Um grupo de organizações da sociedade civil acaba de submeter uma acção conjunta que reflecte a crescente preocupação com os direitos civis no país, o Centro para a Democracia e Direitos Humanos (CDD), o Centro de Integridade Pública (CIP) e o Centro de Aprendizagem e Capacitação da Sociedade Civil (CESC) protocolaram uma providência cautelar contra as operadoras de telecomunicações Movitel, Vodacom Moçambique, e Tmcel (Moçambique Telecom). Uma medida que visa garantir o restabelecimento imediato do acesso à internet, que foi severamente restringido desde o dia 24 de outubro de 2024.

As restrições ocorreram em um contexto de turbulência política, logo após um processo eleitoral que gerou denúncias de fraude e resultou em manifestações populares. Segundo os denunciantes, a limitação do acesso à internet não apenas compromete o direito à informação, assegurado pelo artigo 48 da Constituição da República, mas também prejudica a liberdade de expressão, comunicação e manifestação dos cidadãos moçambicanos.

“As restrições ao acesso à internet têm tido um impacto directo e significativo na vida dos moçambicanos, prejudicando o direito ao trabalho, à comunicação e à livre expressão. Num período de alta tensão, as limitações impostas têm agravado a insegurança e restringido o acesso a informações verídicas e actualizadas sobre os eventos nacionais e internacionais”, lê-se no comunicado.

Os três centros de direitos humanos fundamentam sua acção na legislação nacional, que obriga as operadoras a garantir serviços contínuos aos seus usuários. A providência cautelar solicita ao tribunal que restabeleça o acesso à internet e proíba quaisquer bloqueios que limitem esse direito essencial.

“Requerem ao tribunal, o restabelecimento imediato e contínuo do acesso à internet por parte das operadoras, que se devem abster de quaisquer bloqueios que limitem esse direito essencial”.

Além de exigir medidas imediatas, o comunicado conjunto apela à comunidade internacional para que acompanhe a situação em Moçambique e faça pressão para que as autoridades respeitem os princípios democráticos e a liberdade de expressão. “O CDD, o CIP e o CESC apelam à comunidade internacional e aos parceiros de Moçambique para que observem esta situação com atenção e exijam o respeito aos princípios democráticos e à liberdade de expressão no país,” concluiu o comunicado.

De referir que desde o dia 3 e 4 de (domingo e segunda-feira, respectivamente) o acesso à internet é cortado completamente (sem abrir possibilidade de contornar com o VPN). O mais curioso é que o corte é feito nas mesmas horas do dia, entre 19 e 20 horas, horários habituais em que Venâncio Mondlane tem feito as suas lives no Facebook. (Bendito Nascimento)

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