Kamala Harris, vice-presidente e candidata democrata, enfrenta o republicano Donald Trump, que busca retornar ao cargo após vencer em 2016 e perder para Joe Biden em 2020. Com pesquisas mostrando uma disputa acirrada, a eleição deve ser decidida em Estados cruciais como Geórgia, Pensilvânia, Arizona e Michigan.
O processo eleitoral e os Estados decisivos
O sistema eleitoral dos EUA funciona pelo Colégio Eleitoral, onde cada Estado possui um número específico de delegados baseado em sua população. Para vencer, um candidato deve garantir pelo menos 270 dos 538 votos do Colégio Eleitoral. Em Estados como Geórgia, Pensilvânia, Carolina do Norte, Wisconsin, Nevada e Arizona, ambos os candidatos realizaram esforços intensivos, com acções de campanha porta-a-porta, discursos e mobilização de voluntários. Harris focou em aumentar a participação em centros urbanos e entre eleitores jovens, enquanto Trump buscou consolidar seu apoio em áreas rurais e conservadoras.
Temas que marcaram a campanha
Esta eleição trouxe à tona debates sobre temas como economia, imigração, segurança e saúde pública. Harris prometeu fortalecer a “economia de oportunidades”, buscando reduzir custos com saúde e criar novos empregos. Destacou a importância do apoio aos direitos das mulheres e à proteção ambiental, além de adoptar uma postura equilibrada em relação a conflitos internacionais, como a crise entre Israel e Palestina. Por outro lado, Trump prometeu combater a inflação, endurecer políticas de imigração e afirmou que encerraria os conflitos na Ucrânia e no Oriente Médio em 24 horas, caso eleito.
A participação dos jovens e a Influência da votação antecipada
Cerca de 46 milhões de americanos já votaram de forma antecipada, número impulsionado pelo engajamento de jovens eleitores que compartilham suas escolhas nas redes sociais e acreditam que seu voto definirá o futuro do país. Esse aumento na participação juvenil pode reflectir a importância de temas como mudanças climáticas e justiça social, e poderá ser determinante em Estados como Nevada e Pensilvânia, onde pequenos percentuais podem definir o vencedor.
A incógnita e a expectativa pelo resultado
Sem um claro favorito, a eleição de 2024 segue com altas expectativas e certa apreensão. Embora a contagem oficial dos votos termine hoje, o resultado final pode demorar, dependendo de factores como recontagens e litígios eleitorais nos Estados mais acirrados. Em Las Vegas, conhecida por sua “fuga” do clima político, eleitores têm expressado, de acordo com os mídias ocidentais, tanto ansiedade quanto esperança por um resultado que traga estabilidade e resolva a polarização política crescente no país.
Cenários para o futuro e implicações internacionais
Independente do vencedor, a eleição trará implicações “significativas” para a política externa dos EUA, especialmente nas relações com Israel, China e Ucrânia. Harris deve manter uma linha diplomática mais cautelosa e buscar parcerias estratégicas. Já Trump tende a adoptar uma postura mais protecionista, buscando reduzir o envolvimento dos EUA em conflitos externos.
O que se pode esperar caso (…) Ganhe?
Donald Trump: Retorno ao nacionalismo e políticas agressivas. A possibilidade de um retorno de Donald Trump à presidência promete um reforço das políticas nacionalistas e uma reavaliação do papel dos EUA no cenário global. Espera-se que, se eleito, Trump implemente uma abordagem mais agressiva em relação à imigração, reforçando as fronteiras e limitando a entrada de imigrantes, como parte de sua agenda de “América em Primeiro Lugar”. Sua política externa poderá ser marcada por um protecionismo acentuado, com um foco na redução do envolvimento dos EUA em conflitos internacionais e uma crítica directa às alianças tradicionais. Trump também promete priorizar a economia americana, buscando medidas para combater a inflação e estimular o crescimento através de desregulamentação e incentivos fiscais. No entanto, sua retórica polarizadora e seu estilo de liderança podem agravar a divisão política dentro do país e complicar as relações com aliados, à medida que o mundo observa a potencial reviravolta nas diretrizes políticas dos EUA
Kamala Harris: Um novo capítulo na diplomacia e justiça social. A eleição de Kamala Harris como presidente pode sinalizar um novo capítulo para a política externa dos Estados Unidos, caracterizado por uma ênfase renovada em diplomacia cautelosa e parcerias estratégicas com aliados globais. Espera-se que Harris priorize a defesa dos direitos humanos e a justiça social, implementando políticas que abordem as desigualdades econômicas e promovam a inclusão em todos os níveis da sociedade. Com um histórico de advocacia em questões como saúde pública e mudança climática, sua administração pode intensificar os esforços para combater as crises ambientais e apoiar iniciativas de saúde universal. Além disso, Harris deve buscar um enfoque equilibrado em conflitos internacionais, incluindo a delicada situação entre Israel e Palestina, onde a busca por uma solução duradoura e justa poderá ser um dos pilares de sua política externa.
Hoje, o mundo acompanha atentamente a decisão dos eleitores norte-americanos, que mais uma vez têm o poder de definir o futuro de uma das maiores democracias globais e com influência internacional. (Benedito Nascimento)