Conselho Islâmico de Moçambique condena greves e apela diálogo entre Venâncio Mondlane e a Frelimo

INTEGRITY-MOÇAMBIQUE, 02 de novembro de 2024-O porta-voz do Conselho Islâmico de Moçambique (CISLAMO), Mussa Suefe, repudiou com veemência a onda de greves que vem acontecendo ao longo do país, encabeçadas pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane em revindicação dos resultados das eleições de 9 de outubro.

Esta entidade frisa que as manifestações não trarão soluções palpáveis, muito pelo contrário levam a destruição da sociedade e dos bens públicos e privados e isso causará privação de serviços essenciais principalmente aos mais carenciados.

Baseando-se nos princípios e valores que norteiam a religião islâmica, o organismo entende que a violência não resolverá os problemas que inquietam os manifestantes pelo que exorta o diálogo.

“Nós como Conselho Islâmico de Moçambique não apoiamos, porque a base islâmica é vivermos em paz e harmonia. Como líderes religiosos apelamos às conversações, que se sente para chegar a uma conclusão na base da lei”, sugeriu.

Aliás, o CISLAMO diz que a religião proíbe manifestação contra os governantes pois em um estado de direito democrático existem meios legais para sua destituição ou legitimação. É neste sentido que pede distanciamento dos muçulmanos nesses tumultos.

“Mesmo que o governante seja injusto, a nossa religião islâmica não permite sair às ruas. Nós estamos contra esse tipo de acto e não recomendamos. Nós pedimos de forma particular, os muçulmanos que tiveram ou que estavam a fazer essas manifestações a se retirarem de forma imediata”, orientou.

Venâncio Mondlane disse que serão 25 dias de manifestação em quatro etapas. Actualmente testemunhamos a terceira etapa prevista para que ocorra em sete dias. Segundo os cálculos, a última fase durará duas semanas caso realmente se efective. Mussa Suefe mostra-se contra essas paralisações.

“Não é legal, nem a nível da nossa religião islâmica nem a nível constitucional. Então não apoiamos essa paralisação porque eles estão a afectar o povo. Alguém incentiva manifestações, paralisam actividades e as pessoas acatam. Isso cria distúrbio. As pessoas não têm o que comer e isso resume-se em incentivar as pessoas à injustiça”, lamentou.

Estes pronunciamentos foram feitos à margem da abertura da Primeira Conferência Islâmica da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa realizada na Cidade de Maputo. (Ekibal Seda)

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