Diante do contexto actual, perguntei, há dias, ao ChatGTP, quais os factores que concorrem para a desestabilização de um País. E a Inteligência Artificial imediatamente apresentou-me meia dúzia de causas, dentre as quais, figurava a expressão “conflitos internos”. Curioso, questionei-a novamente: “Quais as épocas ou contextos mais susceptíveis de uma Nação se desestabilizar?”. E, num piscar de olhos, visualizei, no ecrã táctil do meu laptop, uma série de palavras imbuídas em frases explicativas, tendo as expressões “falta de unidade” “conflitos pós-eleitorais” e “convulsões sociais” captado a minha atenção. A partir daí, não a perguntei mais nada.
Preocupado, pensei em Deus – o único Ser Bondoso e de Paz – que, certamente, condena as guerras e conflitos que decorrem nos países que citei e noutros cantos do mundo. Diante disso, abri a Bíblia, li aleatoriamente alguns versículos; e voltei a saber que o Mal entrou no Mundo pelo consentimento “de NÓS”, humanos (Adão e Eva). Reli também que o primeiro assassinato ocorreu numa FAMÍLIA, entre IRMÃOS (Caim e Abel). Folheei mais o Livro Sagrado e li (em I Reis 12) que a DESUNIÃO das tribos de Israel, após a morte do Rei Salomão, levou o Reino de Israel ao enfraquecimento, vulnerabilidade e sucessivas invasões. E, tal como procedi diante do ChatGTP, encerrei a minha “pesquisa sagrada”; fechei respeitosamente a Bíblia e perdi-me em reflexões e silogismos.
A dado momento, vi-me concluindo que o Mal entra sempre através de “um” de NÓS. Que a discórdia e os “conflitos internos” são a principal receita para se confeccionar o amargo prato da Guerra: a inimiga milenar da Paz. Ficou igualmente claro, na minha mente, que o Mal não força a entrada, não arromba a porta e nem torce as grades. Por que precisaria? Caro leitor, o Mal sempre conta com “um” de NÓS para abrir a porta, sob pretextos “agora” justificáveis, mas “arrependíveis” a longo termo. Sim! Sempre nos arrependemos depois. E, chorando, vamos sempre à procura da Paz, por meio do Diálogo. É sempre assim! Mas porquê é que tem de ser assim? Que tal dialogarmos antes?
Ao pensar nisso tudo, lembrei-me do meu belo País! Pacificamente jovem: 49 anos! E, coitado, nem são exactamente 49 anos pacíficos. Temos que subtrair, nesses 49 anos, os 16 anos de Guerra Civil, entre NÓS! Sobrarão apenas 33 anos de Paz. E nem é totalmente verdade isso! Tivemos umas hostilidades aqui recentemente e outra desestabilização terrorista, ainda em curso! E hoje queremos subtrair mais outros anos futuros?! E seremos NÓS mesmos que vamos subtrair esses anos?
Líbia, Sudão, Iraque, Síria, Afeganistão, Somália… E NÓS, ainda queremos abrir a porta?
Escrito por: René Moutinho / [email protected]
(Licenciado em Língua Português e Mestre em Desenvolvimento Humano e Educação)