Ora vejamos, caso a tendência mantenha-se e face a forma como a Frelimo, a RENAMO e o MDM negociavam o poder nos últimos 10 a 15 anos, por exemplo, quando o Parlamento tomar posse, se o PODEMOS ver os seus resultados eleitorais confirmados, o próximo 2º maior partido mais votado terá um Gabinete e um bolo anual de mais 70 milhões de meticais dados pelo Estado moçambicano.
Na Assembleia da República (AR) para além de ter um membro no topo juntamente com o partido mais votado, o PODEMOS fará parte da Comissão Permanente e poderá presidir algumas comissões de trabalho importantes da casa do povo, onde terá mais tempo para intervir em relação aos restantes partidos.
Já no Conselho Constitucional (CC) presidido por Lúcia Ribeiro e que viu o seu mandato renovado, onde a Frelimo colocou mais um membro e o da RENAMO e sociedade civil deixaram a vacatura sem ocupante, tudo indica que o lugar será ocupado por um membro do PODEMOS caso venha a ser confirmado como o segundo partido mais votado do País e com mais assentos no parlamento.
Na CNE assim como no STAE, onde a RENAMO negociou para todos os 2º vices presidentes e adjuntos directores e alguns técnicos serem provenientes do seu partido, se a lógica dos resultados se mantiver conforme vêm sendo anunciados pelas Comissões Provinciais de Eleições (CPE) e poderão ser reconfirmados pela CNE e CC nos próximos dias, os próximos vices, adjuntos, alguns técnicos da CNE, STAE, CPE e CDE passarão a ser membros do PODEMOS, transformando assim os membros da RENAMO como mero técnicos de educação cívica e serviços não decisórios nestes organismos.
Esta situação se fará sentir no Conselho de Estado, onde a cadeira ocupada pelo actual líder da oposição terá que deixar para o próximo, ou seja, o Presidente do 2º partido com assento parlamentar, que pode ser Albino Forquilha ou Venâncio Mondlane (candidato mais votado depois de Daniel Chapo do partido Frelimo e que pode vir a ascender a presidente do PODEMOS nos próximos dias), mas tudo depende dos contornos sociopolíticos dos próximos dias na República de Moçambique.
De referir que este é apenas um cenário que pode mudar em caso de alguma situação inesperada acontecer, mas seguindo o curso dos anúncios das CPE’s tudo indica que a RENAMO terá que fazer das tripas ao coração a sua gestão nos próximos cinco anos, depois de nas eleições autárquicas de 2023 ter perdido sete municípios dos nove que dirigia, acabando por manter Quelimane (Zambézia) e Chiúre (Cabo Delgado) e conquistando Alto-Molócuè e Vilankulo. No entanto, tudo indica que terá uma bancada na AR reduzida e consequentemente as regalias que possui até aqui de segunda força política do País retiradas para um novo actor: o PODEMOS. (Omardine Omar)