Trata-se de Lutero Simango (MDM), Daniel Chapo (FRELIMO), Venâncio Mondlane (PODEMOS) e Ossufo Momade (RENAMO). Conheça o perfil dos candidatos acima mencionados.
- Lutero Chimbirombiro Simango
Lutero Chimbirombiro Simango, nasceu em 1960, na província de Sofala após o casamento dos progenitores. É filho do primeiro vice-presidente da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), o Reverendo Urias Simango e Celina Simango, a legítima fundadora da Liga Feminina de Moçambique (LIFEMO). Lutero Simango é o filho mais velho do casal, tendo já perdido os seus irmãos Maúca Simango (morreu em Portugal) e Daviz Simango (na África do Sul).
Desde cedo andou na companhia dos pais, tendo convivido com ele durante o período revolucionário na Rodésia do Sul, Tanzânia e Egipto. Viriam a deixar-se em 1978 quando seu pai decide sair do exílio no Egipto e veio a ser capturado no Malawi, no mesmo ano.
Lutero Simango cuidou dos falecidos irmãos até que fizessem o ensino superior e passassem a desempenhar as suas funções profissionais e políticas. O seu engajamento político começou muito cedo quando em meados ao período de fuzilamento conseguiu viajar de Sofala para a província de Niassa a procura dos pais que estavam no campo de reeducação em Mtelela.
Frustrado com o rumo da história de Moçambique, Lutero Simango que é Engenheiro mecânico, formado pela Universidade Eduardo Mondlane (UEM) e com abertura do espaço democrático com a Constituição da República de 1992 e as eleições multipartidárias de 1994, Lutero Simango foi um dos candidatos das eleições presidenciais pelo PCN (seu partido), em 1999 uniu-se com a RENAMO União Eleitoral, onde foi eleito deputado e desde lá nunca mais saiu.
Lutero Simango é casado, pai, empresário, político e presidente do Movimento Democrático de Moçambique (MDM) desde a morte do seu irmão Daviz Simango. Lutero já foi deputado, Chefe da Bancada do MDM e membro da Comissão Permanente da Assembleia da República (AR). Como empresário é acionista da empresa Cimentos de Moçambique (CM) e outras. Com 64 anos é um dos quatro candidatos à presidência da República.
- Daniel Francisco Chapo
Daniel Francisco Chapo é um político moçambicano. Tendo servido como governador da província de Inhambane de 2016 a 2024. Ele é o candidato do partido político no poder, FRELIMO , para a eleição presidencial de 2024.
Daniel Chapo nasceu em 6 de janeiro de 1977 em Inhaminga , província de Sofala , Moçambique. Ele teve sua educação primária em Inhaminga de 1982 a 1985, depois no distrito de Dondo de 1986 a 1987, e teve educação secundária no distrito de Dondo de 1988 a 1996, depois na Escola Secundária Samora Machel na Beira de 1997 a 1998. Ele frequentou a Universidade Eduardo Mondlane em Maputo e estudou direito, graduando-se em 2000. Chapo tornou-se notário público em 2004. Mais tarde, ele recebeu um mestrado em gestão de desenvolvimento pela Universidade Católica de Moçambique em 2014.
Chapo trabalhou como locutor na Rádio Miramar na Beira de 1997 a 1998 e mais tarde foi apresentador de notícias na Televisão Miramar na capital de 2003 a 2004. Foi nomeado conservador de Nacala-Porto em 2005. Foi estagiário numa associação de advogados de 2007 a 2008 e também ensinou ciência política e direito constitucional na Universidade Pedagógica de Maputo em 2009.
Chapo entrou na política com o partido FRELIMO em 2009, sendo nomeado administrador do distrito de Nacala-a-Velha . Mais tarde, tornou-se administrador do distrito de Palma em 2015. Foi nomeado governador da província de Inhambane em 4 de março de 2016. Três anos depois, foi eleito para o cargo durante as eleições gerais de outubro de 2019.
Em 5 de maio de 2024, Chapo foi anunciado como o candidato da FRELIMO para a eleição presidencial de 2024 , para substituir Filipe Nyusi , com 225 votos (94%) pelo comitê do partido. Considerado relativamente desconhecido, sua nomeação foi vista como uma surpresa. Em 13 de maio, ele foi nomeado secretário-geral interino do partido. Mais tarde, ele anunciou sua renúncia como governador da província de Inhambane, que foi aprovada pela legislatura em 23 de maio, para se concentrar na eleição de 9 de outubro. Ele é o primeiro candidato presidencial da FRELIMO a ter nascido após a independência do país de Portugal em 1975. Devido ao domínio da FRELIMO na política moçambicana, Chapo é visto como o favorito para vencer a eleição.
Daniel Chapo é casado e tem quatro filhos. Ele é cristão. Durante a campanha eleitoral, a FRELIMO e Daniel Chapo exaltaram a frase: “Vamos Trabalhar”.
3. Venâncio António Bila Mondlane
Venâncio António Bila Mondlane, nasceu na cidade de Lichinga, na província de Niassa, a 17 de janeiro de 1974) é um político moçambicano apoiado pelo Partido e ex-membro do partido RENAMO. É engenheiro florestal e bancário de profissão, não obstante ser conhecido publicamente como político, uma vez foi deputado da Assembleia da República desde 2015.
Iniciou o seu percurso político em 2013, depois de 10 anos (2003-2013) destacando-se na esfera pública moçambicana pelas suas abordagens como comentador-residente de vários programas televisivos e radiofónicos, com ênfase para “Especial Eleições” e “Pontos de Vista” da STV; “21.ª Hora Informação” e “A Hora da Verdade” da TIM; “A voz do Povo” e “O Grande Debate (rádio)” da Miramar; “Mais Jovem” da TVM; e comentador político da RDP África.
Durante quase o mesmo período, foi colunista de várias publicações literário-culturais, com realce para a maior revista literária do país, a “Lua Nova” da Associação dos Escritores Moçambicanos; o “Universitário” da UEM; “Proler” do Fundo Bibliográfico de Língua Portuguesa; e a separata “Cultural” do Jornal Notícias. Também foi colunista de vários semanários nacionais, com destaque para o “Savana” e “Canal de Moçambique”.
Um pouco antes, entre 1990 a 2000, coordenou o Movimento “Jovens Solidários” no distrito Kamubukwana, na cidade de Maputo, para apoio às vítimas das cheias de 2000, tendo sido objecto de uma cobertura jornalística exclusiva pela TVM. No princípio da década destacou-se com a criação dos Édipos e da Oficina Artístico – Literária no Ateliê doméstico do artista Mikas.
Ainda ao nível cívico-cultural, foi, em 2013, o único jovem da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa seleccionado para o Programa International Leadership Program (IVLP) da iniciativa do então Presidente americano Barack Obama e coordenado pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos da América.
A porta de entrada do seu percurso político foi o então recém-fundado Movimento Democrático de Moçambique (MDM). Foi candidato a Presidente do Conselho Municipal da Cidade de Maputo pelo MDM, nas eleições autárquicas de 2013, tendo pela primeira na história levado a oposição a conseguir uma cifra de 42 por cento dos assentos. Tornou-se, por conseguinte, Chefe da Bancada do MDM na Assembleia Municipal da capital do país, entre 2014 a 2015, ano em que foi eleito deputado na Assembleia da República pelo Partido MDM, assumindo as funções de relator da bancada.
Mudou-se depois para o partido Renamo, maior partido da oposição no país, onde em 2019 passou a ser assessor particular do Presidente da Renamo para Assuntos Políticos e Mandatário Nacional deste partido.
No ano seguinte, foi eleito deputado na Assembleia da República pelo partido Renamo para IX Legislatura, assumindo as funções de relator da bancada, seu cargo actual.
Ao nível profissional, entre 2000 a 2002, actuou como especializado em elaboração e implementação de normas internacionais ISSO para certificação de produtos florestais e outros produtos de importação e exportação a grande escala nos portos e aeroportos na multinacional de origem suíça, a Société Générale de Surveillance (SGG). E em 2002, foi técnico sénior no grupo Millennium Bim, especializado em análise económico-financeira de grandes empresas para operações de crédito, factoring, leasing e grandes investimentos; gestor corporate de grandes empresas; técnico sénior para elaboração de normas e procedimentos bancários.
Participou nas eleições autárquicas de 2023 pela RENAMO, para a cidade de Maputo.
Durante essas eleições, a FRELIMO (Frente de Libertação de Moçambique) foi inicialmente declarada vencedora em Maputo com 58,78% dos votos, enquanto a RENAMO obteve 33,59% e o Movimento Democrático de Moçambique (MDM) 6,8%.
No entanto, Mondlane e a RENAMO contestaram esses resultados, alegando fraude eleitoral e irregularidades, e reivindicaram a vitória com base em suas contagens paralelas que indicavam 55% dos votos para a RENAMO.
A insatisfação com a condução do processo eleitoral e a subsequente disputa interna na RENAMO levaram Mondlane a juntar-se à CAD (Coligação Aliança Democrática), após não ser aceito como candidato à presidência da RENAMO. O partido indicou que Mondlane não possuía os 15 anos de experiência exigidos para concorrer ao cargo de presidente da RENAMO.
Mondlane anunciou que iria concorrer nas eleições nacionais de 2024 para a presidência de Moçambique, suportado pela CAD, mas depois de uma decisão da CNE, Mondlane acabou anunciando sua aliança com o PODEMOS. Venâncio Mondlane trouxe como marca para as eleições de 09 de outubro, Salve Moçambique. Este País é nosso.
4. Ossufo Momade
Ossufo Momade (nascido em 30 de janeiro de 1961) é um político moçambicano. Ele é presidente da Resistência Nacional Moçambicana ( RENAMO ), o principal partido da oposição de Moçambique, desde 17 de janeiro de 2019. Ele assumiu a presidência do partido após a morte de seu líder Afonso Dhlakama em maio de 2018 de forma interina até ser eleito presidente do partido em um congresso interno realizado no início do ano seguinte.
Momade nasceu na Ilha de Moçambique quando a região de Moçambique ainda era uma colónia portuguesa. É filho de Ossufo Momade Sr. e Alide Zainabo. Frequentou a Escola Básica Luís de Camões e, após concluir a quarta classe em 1973, mudou-se para a Escola Comercial Pêro da Covilhã. Em 1978, aos 17 anos, Momade alistou-se no exército.
Durante a eclosão da Guerra Civil Moçambicana, Momade foi sequestrado por rebeldes anticomunistas. Eventualmente, ele foi persuadido a se juntar à organização rebelde chamada RENAMO e seu líder Afonso Dhlakama. Momade eventualmente se tornou o comandante das operações rebeldes nas províncias centrais de Manica e Sofala.
Em 2007, Momade foi eleito secretário-geral do partido RENAMO, cargo que ocupou até 2013, quando o cedeu a Manuel Bissopo para se tornar o chefe nomeado do departamento de defesa e segurança da RENAMO. Após a morte do líder do partido Afonso Dhlakama, Momade foi nomeado chefe interno do partido, cargo que ocupou até ser formalmente eleito chefe em janeiro de 2019.
Em 26 de junho de 2019, Momade foi formalmente anunciado como candidato da RENAMO para as eleições gerais moçambicanas de 2019.
Após a assinatura do acordo, os últimos combatentes restantes da RENAMO entregaram suas armas. Momade disse à Associated Press “Não cometeremos mais os erros do passado”. Ele também declarou “Somos a favor de uma reintegração humanizada e digna e queremos que a comunidade internacional ajude a tornar isso uma realidade”. Durante uma segunda cerimônia de assinatura entre Nyusi e Momade, que ocorreu em 6 de agosto de 2019 na Praça da Paz de Maputo, Momade prometeu “manter a paz e a reconciliação nacional”.
Em 1º de agosto de 2019, Momade concordou em renunciar à violência e assinou um acordo de paz com o presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, na remota base militar da RENAMO nas montanhas da Gorongosa. Este acordo resultou na entrega de armas pelos últimos membros restantes da insurgência da RENAMO. Uma segunda cerimónia de assinatura teve lugar na Praça da Paz de Maputo, na qual Momade declarou que ele e os membros da RENAMO se concentrariam agora em “manter a paz e a reconciliação nacional”.
Ossufo Momade concorre pela segunda vez a Presidência da República de Moçambique pela RENAMO e notabilizou-se durante a campanha eleitoral com uma vassoura tradicional, onde ele e seus seguidores dizem que querem varrer a má-governação e todos outros graves problemas do País nos últimos 49 anos.
No entanto, o vencedor destas eleições irá governar Moçambique no mandato que inicia em janeiro de 2025 – 2029, num contexto em que tudo será possível, principalmente num País que tem vários recursos naturais e uma população jovem motivada e preocupada com o seu futuro e dos seus descendentes. Quem vencerá as eleições gerais, legislativas e provinciais de 09 de outubro de 2024? (Omardine Omar)