Guebuza afirmou que a independência de Moçambique sempre foi vista como uma afronta aos seus adversários, cujos interesses eram movidos pela exploração dos recursos naturais do país. “Quando nós conquistamos a nossa independência, já estávamos sob sanções econômicas, do colonialismo e dos seus aliados. E hoje arranjam outros nomes para distrair os distraídos. Mas o facto é que o maior erro que nós, moçambicanos, cometemos contra os nossos adversários foi querer independência”, destacou.
O ex-presidente reforçou que a luta contra a dependência e o colonialismo não terminou com a independência, e que as forças que se opunham à liberdade de Moçambique ainda continuam a agir, embora de formas diferentes. “A invasão e dominação colonial do nosso país resultaram da cobiça alheia dos nossos recursos. Uma cobiça que não acabou só porque ficamos independentes. Pelo contrário. As forças que nunca quiseram que fôssemos livres continuam, embora de outras formas, a não querer que nós sejamos livres”, alertou Guebuza.
Também fez menção às novas ameaças que Moçambique enfrenta, como o terrorismo em Cabo Delgado, que desde 2017 tem causado perdas humanas e económicas significativas. Além disso, mencionou a pilhagem dos recursos naturais e o tráfico internacional de drogas e pessoas como desafios que requerem uma preparação militar e logística mais robusta por parte das Forças de Defesa e Segurança.
Guebuza relembrou as sabotagens económicas e matanças promovidas pelo regime do apartheid, sublinhando que os desafios actuais são uma continuidade das agressões externas que Moçambique tem enfrentado desde a independência.
Por fim, o ex-presidente apelou à união e reconciliação como instrumentos fundamentais para garantir a paz e o progresso contínuo do país. “A paz é um valor que resulta da capacidade que temos de consensualizar as prioridades e os objectivos estratégicos de construção de uma pátria unida, forte e de contínuo progresso”, concluiu.
A palestra foi uma oportunidade para estudantes e membros da comunidade acadêmica reflectirem sobre o passado, presente e futuro de Moçambique, com especial destaque para a necessidade de fortalecer a unidade nacional e enfrentar os desafios contemporâneos com resiliência e espírito patriótico. (Bendito Nascimento)