A informação foi partilhada, a nossa reportagem, no âmbito da presença desta instituição na 59ª edição da Feira Internacional de Maputo (FACIM), onde a ANAC esteve a exibir as potencialidades e oportunidades de investimentos de que o país dispõe nas áreas de conservação.
Este crescimento está relacionado também com as iniciativas de repovoamento faunístico dos parques com espécies como elefantes, rinocerotes, hipopótamos, crocodilos, hienas, entre outras espécies.
“O turismo está a crescer, graças ao esforço de investimentos públicos e privados. O estado tem estado a colocar mais infraestruturas de gestão nessas áreas e junto de parceiros está a ser feito o repovoamento de animais. Também esta haver construção de alojamento turísticos”, esclareceu Albino Mahumane, planificador de turismo na ANAC.
Para além disso, a instituição entende que há cada vez mais interesse dos jovens em matérias de conservação ambiental e biodiversidade. Por isso querem mostrar as potencialidades que o país tem nesse sector.
“Muitos jovens têm demostrado interesse nesta área, eles querem aprender mais sobre os parques e reservas. Há jovens que nem acreditavam que temos essas potencialidades no país. Estes espaços servem para mostrar aquilo que pode ser feito aqui sem precisar sair”, elucidou.
Na feira, deste ano, a ANAC diz ter focado em três pontos essenciais, destacando a promoção da educação ambiental no contexto das mudanças climáticas, a divulgação da economia baseada na vida selvagem e sua cadeia de valores, bem como a incubação dos adolescentes e jovens de forma apostarem no turismo, principalmente o doméstico.
“Nesta FACIM temos três objectivos, começamos por promover a educação ambiental no sentido da sociedade perceber a importância da conservação em meio as mudanças climáticas. Mostramos a sociedade a economia e a cadeia de valores baseada na vida selvagem. Procuramos mostrar aos mais novos, como futuros turistas, sobre a importância do turismo doméstico”, explicou.
Estas matérias são arroladas na tentativa de despertar o potencial ambiental que Moçambique tem de modo que todos estejam envolvidos na manutenção do mesmo principalmente no combate a caça furtiva. É neste contexto que pela primeira vez foi exposto o Elefante Manhure na FACIM.
Fluxo de turistas aumenta no Parque Nacional de Maputo
Com o alívio das medidas restritivas, outrora impostas pela pandemia da Covid-19, o Parque Nacional de Maputo (PNM) voltou a registar um elevado fluxo de turistas nacionais e estrageiros, segundo conta a administração da reserva, mesmo no inverno regista-se uma lotação de quase 100%.
“Podemos dizer que os números estão em 97% isso porque estamos na época do inverno, em outubro com a transição para o verão chegaremos a 100% em termos de visitantes e turistas”, contou Victoria Uqueio, Assistente Técnica de turismo do PNM.
É de referenciar que em 2023, o PNM registou um recorde de visitantes. Dados partilhados pela administração da reserva indicam que forma recebidos mais de 20 mil turistas. Espera-se que este número seja ultrapassado neste ano.
Neste parque, localizado a cerca de 70 quilómetros da Cidade de Maputo, constituem como principal atracção turística o mergulho com golfinhos bem como a contemplação de animais terrestres através de acampamentos.
Em relação ao conflito homem/fauna bravia, naquela área de conservação, a administração tem estado a reassentar, de forma paulatina, as comunidades em zonas menos perigosas.
“Tinham algumas comunidades no parque, mas foram evacuadas e endemizadas, tem algumas comunidades, mas não estão em perigo. O sector de fiscalização do parque tem controlado a situação de forma a reduzir os conflitos”, garantiu.
O PNM com 1718 quilómetros quadrados de terra e mar, oferece uma combinação cénica de planícies, pântanos, pradarias, cadeias de montanhas e florestas de dunas costeiras ao longo de praias de areia branca e fina e um mar de azul-turquesa.
Parque Nacional de Chimanimani necessita de instalações hoteleiras
Outra reserva que mereceu atenção especial é o Parque Nacional de Chimanimani, localizado no distrito de Sussundenga, na Província de Manica. Os expositores representados por oficias de turismo, clamam por investimento na área de acomodação.
“Nosso forte aqui é querer convencer investidores a apostarem na área de acomodação e restauração é o que esta em falta em Chimanimani, a falta disso faz com que os turistas permaneçam lá por pouco tempo”, lamentou Júlio Chirunda, oficial de turismo.
Chirunda explica que há necessidade da intervenção urgente do sector privado dado as oportunidades de negócios existentes. Contudo apelou ao governo a melhorar as vias de acesso assim como os sinais das operadoras de telefonia móvel.
“Temos dificuldades de acomodação e isso não é parte do governo. Queremos boas estradas e pontes, mas também guias turísticos nós temos apenas carregadores, muitos deles não conhecimento sobre turismo”, apontou os desafios da reserva.
Ainda assim entendem que o nível de visitas tem estado a crescer pois as atracções deste parque, caso de pinturas rupestres, Monte Binga, e animais selvagem, continuam a empolgar os turistas.
“Após a covid-19 os números não são satisfatórios, mas estão a crescer, temos esperança que melhorem. Temos cascatas, o monte, pinturas rupestres e animais, isso tem atraído as pessoas a nos visitarem”, contou.
O Parque Nacional de Chimanimani abrange o Monte Binga, o ponto mais alto do país. Possui um ecossistema rico, especialmente nas zonas montanhosas, de paisagens rochosas e espécies únicas de plantas, aves, répteis e borboletas. A comunidade local preserva também pinturas rupestres, crenças e tradições ancestrais que adicionam ao Parque um interesse cultural.
Parque Nacional de Mágoè em Tete necessita de promoção
Uma das áreas recentemente protegidas e com um potencial turístico enorme é o Parque Nacional de Mágoè. As autoridades da Província de Tete pedem mais promoção para capitalizar a flora e a fauna abundante na região.
“O nosso parque ainda não tem muitas infraestruturas, por ser novo. Se investirmos bem podemos aproveitar o que temos. Podemos dizer que é o futuro das áreas de conservação moçambicanas por isso deve ser muito bem promovido”, esclareceu Domingos Vicente do Departamento Provincial da Indústria e Comércio de Tete.
O Parque Nacional de Mágoè foi criado em 2013 e possui uma extensão de cerca de 355 mil hectares composta por uma floresta semi-fechada, com predominância de espécies de vegetação seca e diversas de fauna bravia, incluindo búfalos, elefantes e crocodilos.
“Como atracção turística temos a Barragem de Cahora-Bassa, espécies raras de animais terrestres assim como aquáticos, plantas e muito mais. A afluência ainda não é a que se deseja para o tamanho deste parque”, expôs Vicente.
Deste modo o Departamento Provincial da Indústria e Comércio de Tete, para o sector do turismo, pretende usar a exposição como trampolim para o investimento nacional e estrangeiro, visando rentabilidade para o desenvolvimento local. (Ekibal Seda)