O Gabinete Central de Combate à Criminalidade Organizada e Transnacional (GCCOT) efectuou recentemente a apreensão de uma extensa área de 141 mil metros quadrados no bairro de Estoril, na Cidade da Beira. Além dos imóveis, foram encontrados mais de 10 milhões de meticais nas contas de algumas das empresas associadas a Zhou. Esse montante já foi depositado pela Procuradoria Geral da República (PGR) na Conta Única do Tesouro do Ministério da Economia e Finanças, no Banco de Moçambique.
A PGR também ordenou a suspensão das actividades da empresa Gigante Panda em Sofala, que, segundo a justiça, actuava como sede central de uma rede de 18 empresas fraudulentas. Entre os imóveis apreendidos estão um templo chinês e a área de 141 mil metros quadrados, adquirida por 17 milhões de meticais.
Em um desdobramento do caso, o GCCOT indicou fortes evidências de crimes de branqueamento de capitais, fraude fiscal e exploração ilegal de recursos florestais em várias empresas controladas por Jiye Zhou. Muitas das 18 empresas investigadas foram encerradas por decisão judicial, o que gerou apelos por parte de um advogado das empresas para a suspensão das ordens de fechamento. O advogado argumenta que a decisão pode comprometer cerca de 3 mil postos de trabalho em Sofala e Maputo.
A acusação revela que uma das empresas investigadas exportou madeira para a China, avaliada em um bilião e seis milhões de meticais, sem pagar 32% do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas (IRPC) e sem declarar as receitas à Autoridade Tributária. (Bendito Nascimento)