Sobre a queda de Max Tonela: “Estamos felizes e aliviados”, dizem funcionários do MEF

Somos um grupo de funcionários do Ministério da Economia e Finanças que estamos de certa forma em gozo de uma alegria relativa, com a nobre decisão tomada recentemente pelo mais alto magistrado da nação. Finalmente alguém teve coragem e também acreditamos que a consciência do Presidente Nyusi, acusou e tomou a decisão que há muito esperávamos.

Isto começa com a nossa marginalização dentro do Ministério, que basicamente consistiu no afastamento de quadros seniores e relevantes de áreas chaves, que foram substituídas por “meninas de Max”. O objectivo era o saque aos cofres públicos como se notou numa fase posterior à chegada do antigo ministro; mas também, desejoso do poder, o antigo ministro Max queria ser um actor político relevante na medida em ali teria toda classe política rendida a si em troca de favores.

A nossa marginalização transformou o MEF numa instituição desprovida de valores morais, éticos e patrióticos, passando a servir aos amigos do ministro. Nunca teríamos abdicado da nossa nobre missão de servir o estado, a nossa tarefa era clara quanto a isso, assegurar o funcionamento normal das instituições do estado e assegurar que todos os serviços prestados fossem honrados. Veio à escola do antigo ministro e decidiu que nenhum empresário podia receber o que lhe era devido sem luvas. Isto foi a gota que fez transbordar o copo. Chegaram ao insensível ponto de negar salários aos funcionários públicos e abriram feridas que só o Ministro Maleiane pode agora resolver.

O MEF estava tomado pela máfia que deve ser agora alvo das instituições de direito. Temos informações de colegas nossos de várias instituições que recebiam intermediários para dizer que podiam facilitar os pagamentos em troca de 10%. Estava assim institucionalizada a intermediação ilegal e a extorsão generalizada levada a cabo de quem apenas tinha a tarefa de executar pagamentos e assegurar o fluxo normal da nossa economia.

Lamentamos e somos solidários ao sector privado que durante este tempo foi privado dos seus direitos e muitos entram na falência e despediram trabalhadores, outros ainda entram num círculo vicioso de endividamento com fornecedores nacionais e estrangeiros isto tudo porque apenas os ligados ao Max Tonela e sua cúpula, sobretudo do tesouro queria 10%.

As empresas tuteladas foram igualmente alvos de extorsão em milhares de dólares, algumas estavam prestes a ceder, mas valeu a intervenção antecipada e sábia do Presidente Filipe Nyusi.

Esperamos que o Dr Maleiane, que retoma a uma casa que bem conhece, tome medidas urgentes para retoma do exercício das atribuições do MEF e desta forma assegurar que:

– Os funcionários públicos voltem a ter seus salários a tempo e horas;

– Que quadros relevantes e patrióticos tenham protagonismo na gestão das finanças públicas;

– Que o empresariado receba o que lhe é devido;

– Que o subsídio de aposentados, de idosos e das lideranças tradicionais seja retomado;

– Que a economia volte a fluir. (Carta aberta/IMN)

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