Momentos antes, Ibraimo Mbaruco teria enviado uma mensagem a um dos seus colegas de trabalho, dizendo que “estava cercado por militares”. Tendo, depois daquele momento, não atendido mais nenhuma ligação feita ao seu celular, permanecendo até o dia de hoje, incomunicável.
Na altura, várias acções de pressão junto das autoridades moçambicanas para exigir a libertação do jovem jornalista resultaram em nada, a polícia recusava estar morto, apesar de diferentes frentes independentes afirmarem o contrário.
E, é que, no dia 31 de julho último, o Ministério Público (MP) notificou a família sobre o caso do desaparecimento do jornalista, e na notificação, nada havia de novidade do que a família já não sabia. Ou seja, depois do sucedido, e da família ter submetido uma queixa contra desconhecidos a 14 de abril de 2020, portanto, sete dias depois, uma denúncia na Procuradoria Provincial da República ao nível da província de Cabo Delgado, para que o MP pode-se averiguar o que terá acontecido com o seu familiar, na esperança de que poderiam a breve trecho saber sobre o seu paradeiro, debalde!
Depois de quatro anos e quatro meses, a Procuradoria só conseguiu emitir uma notificação dizendo que, da triagem feita logo após a entrada da denúncia, o MP não conseguiu identificar o autor do desaparecimento do jornalista e as reais motivações do desaparecimento. E a conclusão da notificação feita à família limitou-se em: “O Magistrado do Ministério Público ordena que os presentes autos aguardem a produção de melhor prova, nos termos da Lei”, ou seja, provas que não foram conseguidas em quatro anos de investigação, com a colaboração do Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC).
De referir que tal evento ocorreu depois de anteriormente, dois jornalistas baseados em Cabo Delgado, nomeadamente: Amade Abubacar e Germano Adriano, terem sido mantidos incontactáveis e maltratados pelas autoridades locais durante quatro meses quando estavam a tentar efectuar a cobertura dos actos terroristas na província de Cabo Delgado. E foram acusados de violar segredos de Estado e de incitar à desordem, mas o caso até aqui não tem nenhum desfecho oficial. (INTEGRITY)