Neste evento, a União Europeia (UE), disse estar disponível para apoiar os países das regiões da África Oriental e Austral na legalização da cannabis sativa, vulgo “suruma”. Essa vontade foi expressa na abertura da III reunião de Alto Nível da Comissão da África Oriental e austral sobre a Droga (ESACD).
“Estamos prontos para apoiar todos os esforços por meio de partilha de experiências, boas práticas e lições aprendidas dos nossos Estados membros, embora União a Europeia não tenha uma política sobre a legalização da cannabis sativa. Vários nossos Estados-membros implementaram diversos modelos de discriminação e legalização, explicou Ricardo Rosse, encarregado da União Europeia.
O Encarregado de Negócios da União Europeia destacou a importância da reunião de consulta para debater o quadro jurídico regulatório que, eventualmente, poderá levar a legalização e consumo da cannabis sativa.
“Apoiamos com o orgulho o trabalho da Comissão, reconhecendo a importância da apropriação regional e das abordagens locais, na resposta aos desafios relacionados com as drogas”, destacou Ricardo Rosse.
A União Europeia defende e apoia uma abordagem equilibrada e com base em evidências relativamente a essas políticas.
“Elogiamos a Comissão pela iniciativa de facilitar essa discussão ao nível regional, os seus esforços para decisores políticos, especialistas e partes interessadas para partilhar as suas experiências são cruciais para o desenvolvimento de abordagens e regulamentação eficazes”, acrescentou.
A União Europeia sugeriu que durante os dois dias das consultas que a ESACD assuma os desafios e oportunidades específicos relativos à política sobre o consumo de cannabis sativa.
“Essa região está há muito tempo na luta contra o tráfico de drogas procurando estancar a rota marítima para heroína e outras substâncias que passam pelos seus territórios”, disse o representante da UE.
Joaquim Chissano, antigo estadista moçambicano, também fez parte do encontro e aproveitou o momento para enaltecer os esforços dos parceiros da União Europeia pela iniciativa.
Importa referir que até agora, apenas dois países africanos legalizaram o cultivo e consumo de cannabis, sendo que o primeiro é o Reino de Lesoto, seguido pelo Zimbabué, para fins médicos, mas que a medida só serve após solicitação de uma licença junto às autoridades competentes. (Nando Mabica)