O chamado Dia da Sobrecarga do Planeta significa que a procura da humanidade por recursos naturais ultrapassa a capacidade de o planeta regenerar, pelo que a partir de quinta-feira os humanos vivem “a crédito”, ou seja, vão viver daquilo que devia usufruir no próximo ano.
De acordo com as contas da organização internacional de sustentabilidade, pioneira da chamada pegada ecológica, a humanidade está a usar a natureza 1,7 vezes mais rápido do que os ecossistemas do planeta conseguem regenerar.
O uso excessivo de recursos compromete os oceanos, levando à um alto nível de desflorestação, à erosão dos solos, à perda de biodiversidade e ao aumento de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera, responsável pelo aquecimento global, que provoca fenómenos meteorológicos extremos e o aumento da insegurança alimentar, alerta aquela organização.
O indicador da pegada ecológica começou a ser feito em 1971, quando os recursos davam para praticamente o ano inteiro. E a partir de 1984 os recursos já só chegavam a novembro e em 1993 apenas até o mês de outubro.
Desde esse ano a humanidade consumiu cada vez mais recursos, com apenas uma ligeira quebra de consumo em 2020, explicada pela pandemia da Covid-19. Este ano, o 1 de agosto (um dia antes de 2023) bateu um recorde no consumo.
Ainda de acordo com o estudo, o Qatar foi o primeiro país que esgotou os recursos em 11 de fevereiro, seguindo-se o Luxemburgo, no dia 20, os Emirados Árabes Unidos, em 04 de março, e os Estados Unidos, em 14 de março. Os últimos países a esgotar os seus recursos serão o Equador e a Indonésia, em 24 de novembro, o Iraque em 15 e a Jamaica.
A Global Footprint Network é uma organização, de pesquisa fundada em 2003, cujo objectivo de é ajudar as cidades, empresas e países a gerenciar seus recursos naturais e responder às mudanças climáticas, a organização visa garantir um futuro em que todos possam prosperar dentro dos limites do planeta terra, tornando desse modo os limites ecológicos centrais para tomada de decisões. (Nando Mabica)