O grupo palestiniano Hamas declarou esta quarta-feira 31 de julho, que o seu líder político, Ismail Haniyeh, foi morto num ataque israelita no Irão, onde assistia à tomada de posse do novo Presidente do país.
“Irmão, líder, mujahid Ismail Haniyeh, chefe do movimento, morreu num ataque sionista contra o seu quartel-general em Teerão, capital do Irão, depois de ter participado na tomada de posse do novo presidente, lê-se num comunicado do movimento Hamas.
A morte do líder do Hamas foi anunciada pelos Guardas Revolucionário do Irão, que confirmaram ainda que Haniyeh foi morto na sua juntamente com o seu guarda-costas, os guardas acrescentam ainda que a sua residência foi igualmente atingida pelas forças israelitas.
“A residência de Ismail Haniyeh, chefe do gabinete político da Resistência Islâmica do Hamas, foi atingida em Teerão e, na sequência deste incidente, ele e um dos seus guarda-costas foram martirizados”, refere um comunicado do sítio Sepah do Corpo de Guardas da Revolução Islâmica.
O político tinha-se deslocado a Teerão para assistir à cerimónia de tomada de posse do Presidente iraniano Masoud Pezeshkian, na terça-feira 30 de julho. O exército israelita não respondeu imediatamente a um pedido de comentário sobre a notícia da morte de Haniyeh.
O primeiro-ministro israelita, Benyamin Netanyahu, prometeu destruir o Hamas e trazer de volta todos os reféns capturados durante o ataque de 7 de outubro, que desencadeou a guerra na Faixa de Gaza.
O ataque lançado pelo Hamas contra o sul de Israel causou até aqui a morte de 1.197 pessoas, na sua maioria civis, segundo uma contagem da AFP baseada em dados oficiais israelitas.
Os militantes também capturaram 251 reféns, 111 dos quais ainda se encontram em cativeiro na faixa de Gaza, incluindo 39 que o exército diz afirma estarem mortos.
Haniyeh foi eleito chefe do gabinete político do Hamas em 2017 para suceder a Khaled Meshaal, mas já era uma figura bem conhecida, tendo-se tornado primeiro-ministro palestiniano em 2006, na sequência de uma vitória surpreendente do Hamas nas eleições parlamentares desse ano.
Considerado um pragmático, Haniyeh viveu no exílio e divide o seu tempo entre a Turquia e o Qatar. Com o assassinato desta grande figura do Hamas, prevê-se uma escalada tensão de entre Israel e Hamas em Gaza, situação que pode dividir ainda mais as partes em negociação de paz que decorre no Egipto. (DW/Nando Mabica)