Nada mais gritante que uma “democracia” onde o pensamento do candidato é imposto por um partido político. O Madeira, nosso brilhante e altíssimo candidato, representa esta conformidade com uma precisão quase artística. Seu manifesto parece ter sido copiado e colado directamente das resoluções partidárias, sem um traço de inovação pessoal (é verdade). Mas também quem precisa de uma mente independente quando se tem um partido que dita exatamente o que deve ser dito e feito? É quase como uma orquestra sinfónica, onde cada nota é cuidadosamente controlada pelo maestro partidário, e o desafio é uma ofensa imperdoável, e chega por vezes a ser mortal.
Os eleitores (nós), na sua ingenuidade, ainda se agarram à ideia romântica de que têm uma escolha real nas urnas. Pobres coitados! Com candidatos como o Madeira, a verdadeira escolha foi feita muito antes das eleições, nos corredores do poder partidário. É como entrar em um restaurante com um cardápio vasto e descobrir que a única opção disponível é o prato do dia, escolhido pelo chef sem qualquer consideração pelos seus gostos. A verdadeira ironia é que os eleitores acabam aplaudindo uma peça teatral onde o final já foi escrito.
A política deveria ser um campo fértil para ideias novas e ousadas, um mercado livre de inovações. No entanto, com candidatos que simplesmente recitam os dogmas do partido, a originalidade se torna uma raridade. É quase comovente ver como esses candidatos tentam disfarçar a falta de novas ideias com retórica inflamada e promessas vazias. Lembremos de outras figuras históricas que também seguiram cegamente a linha partidária, não precisamos ir muito longe, basta lembrar dos tempos da União Soviética, onde a dissidência era silenciada e a inovação, esmagada. Quem diria que, décadas depois, ainda estaríamos presos a essa mentalidade de conformidade aqui no solo pátrio?
Candidatos com manifestos impostos tendem a prometer o mundo, sabendo muito bem que não têm a liberdade ou a intenção de cumprir essas promessas. É um ciclo vicioso onde os eleitores são enganados repetidamente, mas continuam aplaudindo e votando, como se um dia as coisas fossem mudar magicamente.
Imaginemos se o mundo das startups fosse governado pelas mesmas regras da política partidária do solo pátrio. Teríamos startups que não poderiam inovar, pois teriam que seguir à risca os mandamentos de um conselho conservador e obsoleto. Empresas como Apple e Google nunca teriam emergido se tivessem que operar sob tal opressão intelectual.
Os eleitores, muitas vezes, se veem presos em um dilema. Devem votar no candidato que parece ter mais chances de vencer, mesmo sabendo que ele é uma marionete do partido, ou devem arriscar em um candidato independente com poucas chances? Esse dilema é agravado pelo medo de desperdiçar seu voto, perpetuando um ciclo de conformidade e falta de mudança real.
O Jogo dos Marionetes
É um espectáculo fascinante ver um candidato tentando projectar uma imagem de independência enquanto é claramente manipulado nos bastidores. O Madeira e companhia limitada são um exemplo clássico de um candidato que, na tentativa de agradar os superiores do partido, acaba parecendo mais um fantoche do que um líder. A analogia com marionetes não é nova, mas nunca deixa de ser apropriada. Pensemos já nos líderes marionetas de regimes autoritários, que só se movem conforme os fios puxados por seus mestres. A única diferença aqui é que a manipulação é mais subtil, mas igualmente eficaz.
Nelson Mandela, por exemplo, liderou com uma visão clara e inabalável, mesmo quando enfrentou oposição de todas as frentes. Sua luta não foi moldada por um manifesto partidário imposto, mas por uma profunda convicção pessoal. Imaginemos o que teria acontecido se ele tivesse sido uma marionete de um partido, repetindo apenas o que lhe era ordenado. A história seria muito diferente, e muito mais sombria.
Precisamos de líderes que tenham a coragem de pensar por si mesmos e desafiar o status quo. Até lá, a política continuará sendo um teatro de fantoches, onde a verdadeira mudança está sempre fora de cena.
No fim das contas, o perigo de ter candidatos com manifestos impostos não é apenas a ausência de novas ideias, mas também a perpetuação de um sistema que valoriza a lealdade cega acima da competência e da inovação.
Meus amigos, compadres e camaradas eleitores, fiquem atentos. Da próxima vez que forem às urnas, lembrem-se: um voto em um candidato sem ideias próprias é um voto em um sistema que já está confortável em sua estagnação.
Bendito Nascimento






