A instituição financeira, citada na sexta-feira, 19 de julho, pela Lusa, recordou que “tendo em vista a melhoria da segurança no norte, a petrolífera francesa realizou em Maio de 2023 uma avaliação da situação dos direitos humanos e desenvolveu um plano de acção que estabelece uma base para o desenvolvimento socioeconómico local”.
De acordo com o FMI, embora a empresa ainda não tenha anunciado a retoma oficial da fase de desenvolvimento, a mesma está prevista para breve, assim que o financiamento do projecto estiver assegurado.
“Entretanto, presume-se que o projecto Coral Sul FLNG liderado pela italiana Eni, que iniciou a produção no final de 2022, tenha atingido 70% da capacidade anual em 2023, e quase plena capacidade em 2024. Desta feita, prevemos que as receitas públicas de Moçambique com a exportação de gás natural tenham inicialmente sido pequenas, situando-se em menos de 0,1% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2023, podendo atingir 0,6% do PIB em 2028”, descreveu.
Em maio, o CEO da TotalEnergies, Patrick Pouyanné, reconheceu que houve “progressos positivos” para a retoma do mega-projecto de gás natural da multinacional francesa na província de Cabo Delgado, mas sem se comprometer com prazos.
“Estamos a trabalhar nisso e é melhor continuar de forma gradual”, disse Patrick Pouyanné, questionado pelos jornalistas, no Ruanda, após uma reunião com o Presidente da República, Filipe Nyusi, em que foi analisado o estado do projecto da TotalEnergies, de 20 mil milhões de dólares (1,2 biliões de meticais), e a segurança em Cabo Delgado, tendo em conta os ataques de insurgentes que continuam a verificar-se.
“Discutimos as condições para retomar o projecto em Cabo Delgado. Acredito que temos progressos positivos com todos os empreiteiros e, desse ponto de vista, estamos prontos para retomar. Estamos também a trabalhar com todos os financiadores, para retomar o financiamento do projecto, e está tudo a progredir bem”, acrescentou o responsável da multinacional francesa.
No início do mês, o Fundo Monetário Internacional garantiu que vai desembolsar de imediato mais 60 milhões de dólares (3,7 mil milhões de meticais) de apoio a Moçambique, ao abrigo do programa de assistência ao País. (DE)