A falta de infraestruturas, a escassez de recursos, a insegurança provocada pelos ataques terroristas na região e a falta de qualificação dos professores são apenas alguns dos problemas que impedem as crianças de acederem a uma educação de qualidade.
Por exemplo, por onde anda a madeira apreendida pelas autoridades Moçambicana?
Tantas promessas que a tal madeira deveria ser útil para carteiras nas escolas públicas, uma vez que existem diversas escolas sem tecto e estes recursos poderiam servir ao menos de moral para milhares de crianças que estão estudando nas salas improvisadas debaixo de uma mangueira ou cajueiro.
Nos distritos acima mencionados algumas escolas que certos professores fugiram, alguns membros da UIR se improvisam de professores para aquelas crianças não perderem o ano lectivo e vão ganhando familiaridades e aproximação às comunas.
A situação é agravada pela desigualdade de género, que muitas vezes impede as raparigas de acederem à educação formal. Além disso, a falta de programas de combate ao trabalho infantil e de promoção da matrícula escolar leva muitas crianças a abandonar precocemente a escola.
Há uma necessidade urgente de as autoridades locais e o governo central aumentarem o investimento na educação nestas áreas, incluindo a construção de escolas adequadas, a formação e o desenvolvimento de professores, a implementação de programas para combater o abandono escolar e o trabalho infantil, assim como a promoção da igualdade de género no acesso à educação.
Os professores mesmo estando em greve merecem destaque pois eles são os que juraram servir a Constituição da República.
Quando é que os professores irão merecer um salário digno?
A quem se deve responsabilizar pelos danos que estão a causar nos meninos indefesos que não têm recursos para poder ir à escola privada.
O que a nossa (CRM) diz no Artigo 88, N° 1 & 2?
Será que estamos a ter o acesso igualitário e gozo destes direitos consagrados na CRM?
Enfim, assim vamos indo sem vento para poder apoiar a polpa e prua que está sem um marinheiro (capitão) para nos guiar na perspectiva de uma chegada a um Porto seguro.
São um pouco mais de 100 escolas que estão sem alunos nesta província fustigada por ataques esporádicos e deve-se enquanto às famílias vivem nas incertezas dos dias, eles viviam felizes e com liberdade de circulação, movimentando-se de casas humildes, machamba e escola, etc.
Até quando voltará a liberdade e Paz nas comunas? Para uma garantia dos Direitos humanos sem incertezas! São várias e outras questões que podemos levantar, mas há quem interessa essa desgraça intelectual da província de Cabo Delgado?
Como é possível perante o século XXI assistir regressão do analfabetismo? Será que o índice que está a se forçar para gente do norte não incomoda o ministro/a da Educação?
Estamos perante tempos de globalização onde a massificação de formação técnica e profissional de várias crianças visa garantir futuros quadros sem pré-selecção para próximos dirigentes que só devem ser filhos da elite que tem acesso a escola e os filhos dos camponeses, pescadores, vendedores informais como era tradição nos tempos que se foram.
Assistia-se e dava gosto de ver crianças a concorrerem às olimpíadas sem exclusão forçada por via de ferramentas digitais. É preciso coragem para servir o povo e o juramento perante a CRM.
A educação é fundamental para o desenvolvimento de qualquer País e o futuro de uma nação depende do investimento na educação das crianças. É, por isso, importante dar prioridade à melhoria da educação nas zonas de Cabo Delgado para garantir um futuro melhor e mais próspero para todas as crianças que aí vivem.
A educação é um direito fundamental de todas as crianças e é dever do Estado garantir que este direito seja respeitado e implementado em todo o País. Esperamos que sejam tomadas medidas concretas para melhorar a educação das crianças de Cabo Delgado e que as autoridades se comprometam com esta questão, que é muito importante para o desenvolvimento da região e do País como um todo. (Abudo Gafuro Manana)