INTEGRITY – MOÇAMBIQUE, 26 de Agosto de 2022 – André Catueira – jornalista e activista social moçambicano – entende que a criação de gabinetes de comunicação, desde o Governo Central até ao local, serve como uma espécie de grupo dinamizador, um órgão criado pelo partido no poder durante a transição de poder colonial aos moçambicanos, que tinha por objectivo fazer o controle social e político nas comunidades.
Catueira debruçava-se sobre a situação do executivo nacional em relação à comunicação social durante o lançamento da Rede Moçambicana de Defensores dos Direitos Humanos.
Para o jornalista e activista social, tem-se notado, nos últimos tempos, novos gabinetes de comunicação a vários níveis governamentais e, com isso, esperava-se que essas instituições transmitissem boa imagem do Governo à população; mas, na prática, procura-se, a todo custo, barrar órgãos de comunicação social privados, cujas linhas editoriais não coadunam com as políticas governamentais.
“Eu acho que o executivo, ao criar tais gabinetes, tinha, essencialmente, alguma perspectiva de apoio para divulgar as suas realizações, ou era mais um mecanismo de fazer chegar a informação às populações de forma fluída. O que se assiste, infelizmente, é que essas instituições estão a servir, apenas, para limitar alguns órgãos de comunicação social, sobre os quais acham que não estão politicamente correctos, de modo a dar privilégio aos órgãos públicos” – rematou Catueira, para quem, com a criação de gabinetes de comunicação no Aparelho do Estado, passa uma vasta gama de informação não realística nos órgãos de comunicação social público. (Pedro Tawanda em Manica para IMN)