Sem espaço para questionamentos sobre as razões da exoneração de Zualo, Rasaque Manhique empossou, para o seu lugar, António Espada, de quem exige liderança com mão dura, para o bem dos munícipes.
“Vamos exigir de si, caro comandante, que seja muito exigente, até porque sabemos que o é. Vamos exigir que controle a Polícia Municipal.”
Como quem assume a existência de alguns agentes com atitudes que mancham a edilidade, Manhique exige que o novo comandante faça marcação cerrada aos corruptos.
“Não devemos manchar a nossa instituição por actos de corrupção. Devemos ser exigentes para que tenhamos a consciência de que actos de corrupção destroem a nossa sociedade, fazem com que a criança que devia sentar na carteira sente no chão, fazem com que acções de desenvolvimento das infra-estruturas que queremos implementar não aconteçam ou se atrasem, e fazem com que o serviço prestado ao cidadão não seja de qualidade”, explicou o edil de Maputo.
Rasaque Manhique fala de uma nova era, em que os munícipes devem ser acarinhados e educados sobre as posturas municipais, sem priorizar sanções.
“Não estamos a dizer que é preciso deixar que as pessoas andem tão à vontade e que façam e desfaçam. Estamos a exigir que a nossa polícia seja, em primeiro lugar, amiga do município. Quando corremos para sancionar alguém com multas, devemos saber colocar-nos no lugar dessa pessoa. Se fosse eu, teria imediatamente condições para pagar?”, questionou Rasaque Manhique, chamando à razão os agentes da Polícia Municipal.
A segurança rodoviária também consta das prioridades exigidas do recém-empossado comandante.
“Mais do que termos a nossa polícia a interceptar autocarros e viaturas de transporte de passageiros, penalizando-as sempre e, mesmo assim, permitindo o encurtamento de rotas, queremos que os nossos polícias estejam na rua para educar e formar os nossos automobilistas”, concluiu o edil de Maputo.
António Espada ouviu atentamente as recomendações e prometeu cumpri-las rigorosamente.
“A prioridade é aquilo que sua excelência disse. É aquilo que consta do programa do município, que nós temos de priorizar a sensibilização dos munícipes para poderem cumprir aquilo que são as posturas, e temos de contrariar os actos de corrupção, porque não fazem bem a ninguém. Qualquer acto que for detectado, obviamente, tem de ser reprimido”, disse António Espada.
Entre os desafios que enfrenta o município de Maputo, Espada vai lutar com a poluição sonora e segurança nos bairros, encurtamento de rotas e ainda investir na profissionalização dos agentes. (JP)