INTEGRITY – MOÇAMBIQUE, 25 de Agosto de 2022 – David Munongoro, Comandante do Comando dos Reservistas das Forças Armadas e Defesa de Moçambique (FADM), em entrevista concedida ao Jornal O País, nesta quarta-feira (24), à margem de um seminário, afirmou que “o sistema de recrutamento vigente no país não prepara o militar para a guerra. Munongoro afirmou que muitos recrutas são filhos de militares que não estão dispostos a ver seus familiares a lutarem em Cabo Delgado.”
Segundo David Munongoro, o assunto tem sido discutido em voz baixa no seio da sociedade e das Forças de Defesa e Segurança (FDS). Uma vez que se verifica a existência de nepotismo na selecção de candidatos está a causar problemas no combate ao terrorismo em Cabo Delgado.
Para Munongoro, “temos de adoptar uma política de recrutar para fazer a guerra. O que acontece hoje é que recrutamos para que as pessoas tenham emprego. Recruto o meu filho porque não consigo educá-lo, mando-lhe para a tropa ou para a polícia; mas, quando ouço que ele foi destacado para Cabo Delgado, faço de tudo para o tirar da lista. Imaginemos que todos nós fizéssemos isso, quem iria a Cabo Delgado?”
Contudo, entende, Munongoro, que “tem de haver respeito e bom tratamento em relação ao militar. Haver qualidade de alimentação, qualidade de equipamento, boa remuneração. Quando falo da remuneração, não falo apenas do salário, mas também do seguro de vida. Em caso de morte, este deve ter a certeza de que a sua família será cuidada”. (INTEGRITY)