INTEGRITY – MOÇAMBIQUE, 24 de Agosto de 2022 – O Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC) apresentou hoje, na Beira, um suspeito do rapto de um estudante da Universidade Católica de Moçambique, ocorrido em Maio na capital provincial de Sofala.
“Este indivíduo foi detido a 16 de Agosto de 2022 na província de Maputo, ao abrigo de um mandado de detenção emitido pelo Tribunal Judicial da Província de Sofala”, disse à imprensa Alfeu Sitoe, porta-voz do SERNIC na província de Sofala, centro de Moçambique.
O homem de 32 anos é apontado pelas autoridades como um dos raptores de um estudante da Universidade Católica de Moçambique, crime ocorrido no passado dia 19 de maio.
A vítima, de 19 anos, é filha de um empresário local e foi sequestrada momentos depois de sair das dependências da universidade por três desconhecidos que estavam sendo transportados em um veículo leve.
A jovem seria libertada semanas depois, confirmaram as autoridades, mas sem dar mais detalhes sobre as circunstâncias.
Para além deste crime, prosseguiu o porta-voz do SERNIC, o homem é acusado de ter tentado assaltar um estabelecimento na cidade da Beira, tendo também sido referenciado noutro caso de rapto de um empresário, ocorrido em Outubro de 2020.
“Como se depreende dos seus antecedentes, é um indivíduo com fortes indícios da prática de vários crimes contra o património e a liberdade das pessoas”, sublinhou Beira Alfeu Sitoe.
Algumas cidades moçambicanas, principalmente capitais provinciais, voltaram a ser afectadas desde 2020 por uma onda de sequestros, principalmente dirigidos a empresários ou suas famílias.
Numa avaliação sobre a criminalidade apresentada no início de Maio, o procurador-geral de Moçambique disse que os raptos têm vindo a aumentar e os grupos criminosos têm ramificações transfronteiriças, mantendo células em países como a África do Sul.
Segundo Beatriz Buchili, 14 casos criminais de sequestro foram registados em 2021, contra 18 em 2020, mas outros casos escapam à contabilidade oficial e, na maioria dos casos, o desfecho é desconhecido.
Em Novembro de 2021, a polícia moçambicana lançou uma força mista para responder a este tipo de crime, um grupo de oficiais que os especialistas ruandeses vão formar. (Agência Lusa)