Filipe Nyusi premiou e blindou o controverso historiador e estratega de comunicação Egidio Vaz, o jurista e comentador televisivo Elísio de Sousa e outros defensores mediáticos com posições favoráveis e de eleição na próxima legislatura. Sem pestanejar Filipe Nyusi determinou que os milicianos digitais ocupassem as posições três (na Zambézia) e quarta (Nampula), onde o número de assentos ultrapassam os 40 lugares.
Apesar das autoridades não terem fixado ainda as listas, o facto é que independentemente da erosão ou abstenção eleitoral no próximo dia 09 de outubro, nem Egídio Vaz e muito menos Elísio de Sousa escaparam desta façanha, ou seja, serão deputados e possivelmente também passarão a qualidade de membros do Comité Central (CC), caso uma hecatombe política não aconteça com a ala Nyusi.
Egídio Vaz que nos últimos 10 anos dedicou-se arduamente na defesa das políticas nyusistas, curiosamente vista por vários analistas como falhadas e de retrocesso para o País, será coroado com uma posição que lhe garante imunidade e acesso ao mundo dos negócios no seio dos camaradas. Situação similar terá Elísio de Sousa que depois de ser sancionado pela Ordem de Advogados de Moçambique e reprovado na sua tentativa de chegar ao Tribunal Supremo terá uma lufada de ar fresco e de vida faustosa nos próximos cinco anos.
A luta pela Assembleia da República está renhida, principalmente em partidos como MDM, Nova Democracia e CAD, onde vários activistas críticos ao regime vigente irão concorrer à função de deputado para a próxima legislatura. Certos ou não, a verdade é que a política activa transformou-se no único espaço apetecível para alcançar outros voos económicos e sociais, facto este que irá causar uma erosão do espaço cívico não partidário nos próximos anos em Moçambique. (Omardine Omar)