Neste Amores e outras cores, Armindo António traz-nos uma narrativa que leva-nos a concluir que o verdadeiro amor transcende as barreiras raciais. Alves Pereira da Veiga, um engenheiro recém-formado, chega a Moçambique vindo de Portugal, cheio de sonhos e ambições. Como que por uma escolha do destino, os seus caminhos cruzam-se com os de Melinha, uma mulher negra moçambicana por quem, contra tudo e todos, se entrega por completo.
Conhecer o romance protagonizado por Melinha e Alves é um convite a voltar no tempo e reflectir sobre a miscigenação, uma realidade muito presente na sociedade moçambicana. É também uma oportunidade para perceber que, durante o período colonial, muitas histórias de amor infelizmente não conseguiram resistir às limitações impostas pelas leis coloniais.
Tal como no seu primeiro livro Sobreviver ao fogo (2023), Armindo António traz-nos, em “Amores e Outras Cores”, uma escrita carregada de perspicácia e direcção, sendo profundo e sensível ao mesmo tempo. As desavenças familiares, a tradição e o amor são temáticas predominantes neste livro, onde o autor apresenta uma escrita afinada, assertiva, que leva o leitor para dentro da história, apresentando as personagens e os enredos de forma subtil.
O livro é editado pela Catalogus e será apresentado por Aíssa Mithá Issak , numa sessão que contará com leituras de Marcela Matimbe.
Armindo António nasceu a 7 de Setembro de 1963, na Cidade de Inhambane, Bairro de Mucucune. Fez o ensino primário na então Escola Carvalho Araújo, em Inhambane. Foi dos primeiros estudantes a beneficiar da bolsa de estudos na República de Cuba, em 1977, onde estudou de 5ª a 8ª classes. Voltando à terra, frequentou e concluiu o ensino secundário e o médio, na Escola Secundária Emília Daússe, em Inhambane. Licenciou-se em Direito pela Universidade Eduardo Mondlane. É jurista de profissão. Publicou em 2023 a obra “Sobreviver ao fogo”.