O administrador-executivo para o pelouro de Pesquisa e Produção na Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH), Rudêncio Morais, indicou que do total dos carregamentos, 18 foram concretizados durante este ano, acrescentando que o projecto está a impulsionar o desenvolvimento da matriz energética no País.
“Em meados do ano passado, o País alcançou uma média de quatro a cinco embarcações mensais que saíram de Cabo Delgado para o mercado internacional, surgindo a necessidade de se aproveitar ainda mais as oportunidades criadas”, afirmou.
O responsável citado pelo jornal notícias destacou que “as empresas devem criar condições de multiplicar a produção de GNL em Moçambique. A ENH está disponível para promover o gás num processo de transição e contribuir para o uso das energias limpas”.
“O gás pode ajudar a dinamizar outros sectores da economia nacional, como a agricultura, e resultar em milhões de dólares para os cofres do Estado”, frisou.
A plataforma Coral Sul, instalada a cerca de 30 quilómetros do distrito de Palma e com capacidade para produzir 3,3 milhões de toneladas de GNL por ano, é operada pela Mozambique Rovuma Venture (MRV), uma joint venture em copropriedade da ExxonMobil, Eni e CNPC (China), que detém 70% de interesse participativo no contrato de concessão. A Galp, Kogas (Coreia do Sul) e a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (Moçambique) detêm, cada uma, participações de 10%.
Em novembro passado, o representante da empresa italiana de energia, ENI, em Moçambique, Giorgio Vicini, revelou que a exploração de gás natural pela plataforma flutuante Coral Sul já contribuiu em 6,5% para o aumento do Produto Interno Bruto (PIB), secundando que, de Outubro de 2022 a Maio de 2023, canalizou 34 milhões de dólares em receitas para os cofres do Estado.
Moçambique tem três projectos de desenvolvimento, aprovados para exploração das reservas de gás natural da bacia do Rovuma, classificadas entre as maiores do mundo, todas localizadas ao largo da costa da província de Cabo Delgado.
Dois desses projectos têm maior dimensão e prevêem canalizar o gás do fundo do mar para terra, arrefecendo-o numa fábrica para depois o exportar por via marítima em estado líquido.
Um é liderado pela TotalEnergies (consórcio da Área 1) e as obras avançaram até à suspensão por tempo indeterminado, após o ataque armado a Palma, em março de 2021, altura em que a energética francesa declarou que só retomaria os trabalhos quando a zona fosse segura. O outro é o investimento ainda sem anúncio à vista liderado pela ExxonMobil e Eni (consórcio da Área 4).
Um terceiro projecto concluído e de menor dimensão pertence também ao consórcio da Área 4 e consiste numa plataforma flutuante de captação e processamento de gás para exportação, directamente no mar, que arrancou em novembro de 2022. (DE)