O Observatório da Mulher lançou, segunda-feira, o informe anual sobre o estado das mulheres em Moçambique em 2023. No documento de mais de 100 páginas, a organização da sociedade civil diz que os casos de violência contra a mulher continuam elevados, por exemplo, só no ano passado, 98 mulheres morreram vítimas de violência.
Entretanto, porque este e outros dados são provenientes de fontes oficiais públicas, Graça Machel lançou um alerta sobre a credibilidade dos dados fornecidos pelas instituições do Estado.
“É necessário que nós nos baseamos nos dados estatísticos de instituições estabelecidas, mas nós sabemos que aquilo que chega às instituições é uma percentagem muito pequena daquilo que acontece na sociedade. Então, temos de encontrar criativamente a forma de combinar a preocupação central de que nós temos de trabalhar em prol dos direitos humanos e evidências. Se dependermos das evidências fornecidas pelas instituições públicas, vamos trabalhar numa base reduzida daquilo que é a realidade”, alertou Graça Machel.
A activista social entende ainda que o mecanismo de levantamento de evidências na sociedade deve tomar um rumo.
“Precisamos de ter um mecanismo de recolha de informações baseada na sociedade para nos aproximarmos de um Moçambique real”.
Mesmo assim, de acordo com a organização da sociedade civil, o estado da mulher no país em 2023 foi de “medo e insegurança”.
De acordo com o Observatório das Mulheres, a Província de Maputo apresenta mais casos de violência doméstica. ()