“No curto prazo, mantém-se a previsão de uma recuperação gradual da economia, excluindo a produção de gás natural liquefeito (GNL), sustentada pelas perspectivas de contínua melhoria do desempenho da indústria extractiva e do sector terciário, em linha com a evolução recente dos indicadores da actividade económica”, avança o relatório de Conjuntura Económica e Perspectivas de Inflação.
O regulador financeiro recorda que, em Abril, a inflação anual se situou em 3,3%, “influenciada pelos preços dos alimentos”, e que no curto prazo “as perspectivas apontam para uma ligeira aceleração da inflação, a reflectir o efeito dos recentes choques climáticos sobre a oferta de frutas e vegetais, e o ajustamento da tarifa de água”.
Conforme o relatório do banco central, as previsões de curto prazo apontam mesmo “para uma manutenção da inflação em um dígito, que decorre das perspectivas de aumento sazonal da oferta de produtos frescos, com a entrada da época fresca, num contexto de estabilidade do metical, que poderão contrabalançar os efeitos da repassagem do aumento dos preços dos combustíveis na África do Sul e do ajustamento da tarifa de água”.
“Constitui factor de risco para as projecções a volatilidade dos preços internacionais das principais mercadorias de importação”, adverte.
Lembra igualmente que o inquérito aos agentes económicos “corrobora as perspectivas de manutenção da inflação em um dígito”.
“As expectativas macroeconómicas dos agentes económicos apontam para uma aceleração da inflação no curto prazo, acreditando-se que a mesma poderá fixar-se em 4,50% em Dezembro de 2024”, lê-se.
No mês passado, o Ministério da Economia e Finanças (MEF) indicou que a economia cresceu 5,01% no primeiro trimestre deste ano, número acima dos 4,17% registados em igual período de 2023.
Dados do balanço do Plano Económico e Social e Orçamento do Estado (PESOE) avançaram que o Produto Interno Bruto (PIB) deverá crescer para 1,5 mil milhões de meticais em 2024, correspondendo a uma evolução económica de 5,5%.
“Nos primeiros três meses do ano, a taxa de inflação média foi de 5,48%, contra 11,2% do mesmo período de 2023, num quadro de 7% de previsão para todo o ano de 2024”, destaca o documento.
Já a receita do Estado atingiu os 73,2 mil milhões de meticais, cerca de 20% do total orçamentado pelo Governo para 2024, crescendo face aos 65 mil milhões de meticais do ano passado. (DE)