“A Kenmare suspendeu todas as operações de mineração e processamento em Moma após o incidente, como medida de segurança e para que os funcionários fossem informados. Uma investigação pela administração da mina e pela polícia foi iniciada”, refere a mineradora, numa declaração oficial enviada à Lusa.
O comunicado acrescenta que o incidente aconteceu no sábado, e as primeiras investigações concluíram que a vítima mortal era um operador de escavadora de um empreiteiro subcontratado que operava numa nova área de mineração da mina de Moma.
“A Kenmare notificou o Ministério dos Recursos Minerais e Energia e mantém contacto estreito com funcionários da instituição. A mina retomou agora a operação plena, excepto as operações de mineração a seco, que permanecem suspensas para permitir a continuação de investigações”, acrescenta a declaração.
“Estamos a realizar mais investigações para perceber como aconteceu esta tragédia e como prevenir que se repitam incidentes destes no futuro. A segurança dos nossos trabalhadores e subcontratados é a nossa maior prioridade. Reforçámos as nossas equipas durante o fim-de-semana para uma paragem em segurança”, descreveu o director da Kenmare, Michael Carvill, citado na mesma declaração.
A Kenmare é uma das maiores produtoras mundiais de areias minerais, cotada nas bolsas de Londres e Dublin, sendo que a produção em Moçambique representa aproximadamente 7% das matérias-primas globais de titânio.
A empresa fornece a clientes que operam em mais de 15 países e que usam os minerais pesados em tintas, plásticos e cerâmica.
A Kenmare anunciou no mês passado que pagou 1,9 mil milhões de meticais (30,5 milhões de dólares) em 2023 ao Estado, em taxas e impostos, decorrentes da operação em Moma, na costa da província de Nampula.
Segundo informação divulgada anteriormente pela Lusa, a Kenmare, de origem irlandesa e que opera em Moçambique através de subsidiárias das Maurícias, pagou ao Estado por aquela operação 1,2 mil milhões de meticais (19,7 milhões de dólares) em taxas, 644 milhões de meticais (10,2 milhões de dólares) em ‘royalties’ e 31 milhões de meticais (504 mil dólares) em ‘fees’ (licenças e concessões), relativas ao ano fiscal de 2023.
Segundo a empresa, a mina de Moma contém reservas de minerais pesados que incluem titânio, ilmenite e rútilo, que são utilizados como matérias-primas para produzir pigmento de dióxido de titânio, assim como o mineral de silicato de zircónio de valor relativamente elevado.
A mineradora anunciou em abril de 2023 que prevê explorar um novo filão dentro de dois anos, dentro da sua concessão de Moma, sinalizando a longevidade e rentabilidade da mina. (DE)