Na terça-feira (28.05) enquanto os moçambicanos celebravam o sucesso da campanha para a anulação ou suspensão das tarifas de internet, eis que o Ministro das Obras Públicas Carlos Mesquita, um “empresário riquíssimo” que devido a sua amizade desde mocidade com o actual Presidente da República Filipe Nyusi, acabou entrando para o seu governo, veio ao público deixar o povo ainda mais irritado.
Segundo Mesquita, “eu gostaria de dizer aqui que o stress causado pelas nossas estradas é devido ao excesso de viaturas de segunda mão, uma vez que cada família moçambicana actualmente tem três ou quatro viaturas (…)”. Ainda no mesmo encontro, Carlos Mesquita diz de viva voz que “os preços aplicados nas portagens são insuficientes (…).”
As declarações do Ministro das obras públicas estão a levantar grandes questionamentos, entre eles, onde o aumento de viaturas entra na questão da qualidade das estradas, principalmente num País que nos últimos 10 anos vem se debatendo com as péssimas condições das vias de acesso e as poucas que existem estão cercadas por portagens.
Entretanto, as afirmações do Ministro Mesquita não apresentam uma base científica ou mesmo dados estatísticos recentes como forma de suporte das afirmações. Ademais, para quem circula pelas cidades do País percebe a guerra que existe para que as famílias consigam ter acesso ao interior de um transporte público. E conforme dizem as estatísticas, a maioria dos moçambicanos vivem nas zonas rurais, onde os meios mais usados são bicicletas ou motorizadas, deixando as pessoas mais equivocadas, uma vez que o Ministro Mesquita fala de famílias com três ou quatro viaturas (serão bicicletas e motorizadas?).
Em relação às estradas, as versões do Ministro Mesquita mudam a cada aparição, principalmente quando se fala da Estrada Nacional (EN1) que se encontra extremamente degradada e esburacada. Depois de várias promessas de que até este mês as obras arrancariam, há dias veio falar-nos de novembro. Portanto, diante de tantos equívocos já demonstrados, não iremos nos surpreender se nos próximos meses o actual governo vir ao público e “vangloriar-se” por não ter reconstruído a EN1. (Omardine Omar)

