Donald Trump participou numa “conspiração e encobrimento” para esconder um escândalo sexual na sua campanha às presidenciais de 2016, afirmou o Ministério Público de Nova Iorque aos jurados nesta terça-feira, nas alegações finais do primeiro julgamento penal contra um ex-presidente dos Estados Unidos.
Após seis semanas de intensos debates e a pouco menos de seis meses das presidenciais de novembro, o julgamento em que Trump é acusado de falsificar documentos para esconder o pagamento a uma atriz pornográfica em troca do seu silêncio entrou na reta final.
O procurador Joshua Steinglass apresentou as argumentações da acusação depois de a defesa do ex-presidente ter insistido na sua inocência e dizer que o caso se baseia em mentiras. Steinglass pediu ao júri para “se desconectar do barulho e ignorar as distrações”. “Se o fizeram, verão que foram apresentadas fortes evidências de culpa do acusado”, afirmou.
O Ministério Público de Nova Iorque afirma que o 45.º presidente dos Estados Unidos (2017 a 2020) falsificou documentos de contabilidade da sua empresa, a Trump Organization, para ocultar um pagamento de 140 mil dólares à ex-atriz pornográfica Stormy Daniels e evitar um escândalo sexual no final da sua campanha de 2016, quando derrotou a democrata Hillary Clinton por uma margem apertada.
Steinglass disse que a versão de Daniels sobre o caso extraconjugal – que remonta a 2006 e cujos detalhes foram expostos pela atriz durante o julgamento – foi o que “motivou” o suposto crime, mas “o caso em essência é sobre uma conspiração e um encobrimento”.
“A história dela é confusa, faz com que as pessoas se sintam incómodas a ouvi-la”, afirmou. “Essa é a exposição perante o povo americano que o réu queria evitar”, acrescentou o procurador.