“Durante o ataque, as instalações de MSF foram saqueadas. Todos os profissionais de MSF encontram-se em segurança. No entanto, medicamentos, equipamentos médicos e carros foram roubados”, refere a ONG em comunicado, no qual “condena o uso da violência contra a sua missão médica”.
A MSF refere estar “extremamente preocupada com o uso indevido de equipamentos e materiais identificados como de MSF e a percepção errada que isso pode criar nas comunidades” da província de Cabo Delgado.
“O ataque forçou a organização a suspender todas as suas atividades em Macomia. No entanto, a MSF continua empenhada em oferecer cuidados médicos nos seus outros projetos em Cabo Delgado”, lê-se no comunicado.
A ONG acrescenta que a população de Cabo Delgado, “uma das províncias mais pobres de Moçambique, sofre com a violência há mais de seis anos” e que o recente ataque a Macomia “reduziu ainda mais o acesso das pessoas aos cuidados de saúde”.
“A MSF prestava serviços de saúde primários e atividades que salvavam vidas na sua maternidade e unidade de emergência, para uma população de mais de 150.000 pessoas. As equipas da MSF asseguravam igualmente o encaminhamento de pacientes para o hospital mais próximo, em Pemba, a três horas de carro em uma zona de conflito”, sublinha a ONG.
O ataque de grupos insurgentes à vila de Macomia, um dos maiores dos últimos meses no norte de Moçambique, palco de uma insurgência armada, provocou de 10 a 14 de maio quase 1.500 deslocados, segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM), além de relatos da população sobre saque e pilhagem de lojas e outras ONG.
Fonte: Lusa