INTEGRITY – MOÇAMBIQUE, 18 de Agosto de 2022 – O Mali acusou a França de violar seu espaço aéreo e fornecer armas a grupos armados, a mais recente de uma chuva de acusações que estremeceram a relação entre o país da África Ocidental e a antiga potência colonial.
Numa carta ao chefe do Conselho de Segurança das Nações Unidas datada de segunda-feira, o ministro das Relações Exteriores do Mali, Abdoulaye Diop, disse que seu espaço aéreo foi violado mais de 50 vezes este ano, principalmente por forças francesas usando drones, helicópteros militares e caças.
“Essas violações flagrantes do espaço aéreo do Mali foram usadas pela França para colectar informações para grupos terroristas que operam no Sahel e para lançar armas e munições para eles”, dizia a carta, segundo a agência de notícias Reuters.
“A França obviamente nunca apoiou, directa ou indirectamente, esses grupos terroristas, que continuam sendo seus inimigos designados em todo o planeta”, disse a Embaixada da França no Mali no Twitter.
Ele disse que 53 soldados franceses morreram durante sua missão de nove anos no Mali e que a França matou centenas de membros de grupos armados para melhorar a segurança dos malianos.
Bamako acusou repetidamente Paris de tentar desestabilizar o país, assim como mercenários russos contratados pelo governo militar expandem seu alcance no país.
A França concluiu na segunda-feira a retirada de suas tropas do Mali, encerrando uma operação de nove anos no país no centro da crescente crise de segurança da região do Sahel.
Autoridades em Bamako disseram ter evidências de que a França forneceu armas a grupos armados – que Paris gastou uma década e biliões de dólares tentando derrotar – mas não forneceu nenhuma na carta à ONU. – Aljazeera/Reuters