Escrevo este minúsculo texto para V. Excia na perspectiva de explicar-nos enquanto o mais alto Magistrado da nação e um dos cinco órgãos de soberania na República de Moçambique poder encerrar este tenebroso dossier que neste momento devido às suas responsabilidades pode parecer ínfimo, mas não é. Este problema Excia, enquanto não for resolvido vai continuar a perseguir-vos pelas várias notícias escritas, relatórios e possivelmente livros que detalharão como o seu mandato foi nocivo para à imprensa em geral e em especial aos comunicadores não alinhados com os vossos interesses, sobretudo em Cabo Delgado.
Excia, até ao momento para o fim do seu mandato só faltam oito meses e três semanas e quando dentro de dias “indicares o seu sucessor na Frelimo” poderá ficar evidente que o mesmo já terá acabado, uma vez que todos os holofotes estarão virados para a vossa “nova estrela” e pela minha experiência de vida, as notícias a partir deste momento serão todas não abonatórias para V. Excia., e como consequência saem mais “sujidades” e poucas coisas boas daquilo que fez em 10 anos. “As gargantas profundas” sedentas de abrir a boca e entregar os grandes dossiers assumirão o seu devido papel!
Entretanto, como forma demonstração do respeito pelos princípios universais de direitos humanos e constitucionais que a nossa Lei Mãe apresenta nos Artigos 2 (números 3 e 4), 3, 18 (números 1 e 2), 35, 38, 40 (números 1 e 2), 41, 43 e 48 em todas as suas alíneas. Curiosamente foi através desta Constituição da República que não apregoa a “pena de morte” que V. Excia foi empossada com ela e prometeu respeitá-la e fazê-la cumprir, portanto, nos últimos 10 anos o que se assistiu foi rompimento pleno com as normas acima mencionadas, onde cidadãos inocentes desapareceram ou foram detidos e os casos nunca tiveram um desfecho.
Enquanto moçambicano com os todos direitos naturais, jurídicos, culturais, sociais, políticos e económicos sentiriam bastante respeitado, assim como para os filhos, familiares e amigos do Ibraimo Abu Mbaruco que as autoridades indicadas ou nomeadas por Sua Excia, a quem nós confiamos para dirigir este País pudessem dar resposta à está questão: Senhor Presidente Filipe Jacinto Nyusi, onde está o nosso colega Ibraimo Abu Mbaruco?
Sei que a questão pode ser feita de outra forma, como por exemplo, oficialmente: “Ibraimo Mbaruco está vivo ou morto?” Havendo uma resposta positiva ou negativa sobre o seu paradeiro, seria possível teremos uma informação concisa e clara sobre a pessoa de Ibraimo Mbaruco e de tantos outros cidadãos que desapareceram nas mãos das autoridades militares, policiais, da secreta moçambicana ou da segurança particular do PR no seu mandato?
Escrevo esta missiva ciente de que a mesma pode não ser respondida e como é apanágio do sistema, outro método pouco ortodoxo de um Estado de Direito Democrático pode ser mobilizado contra mim ou para os próximos, mas como a vida é passageira, ninguém será eterno, a minha preocupação Excelência é simplesmente a seguinte: Onde está o nosso colega Ibraimo Abu Mbaruco, Senhor Presidente? (Omardine Omar)