Nyusi: “O responsável pela defesa de Moçambique somos nós”

O Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, afirmou que devem ser os moçambicanos os responsáveis pela defesa do país, face à saída da missão militar dos países da África Austral em curso, na província de Cabo Delgado.

O Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, afirmou que devem ser os moçambicanos os responsáveis pela defesa do país, face à saída da missão militar dos países da África Austral em curso da província de Cabo Delgado.

“O grande responsável pela defesa de Moçambique somos nós, os moçambicanos. Os nossos amigos vão nos ajudar. Eu tenho dito que agora estamos numa fase de capacitação, de construção de resistência, estabilização do país depois da recuperação dos problemas”, explicou o chefe de Estado, em declarações aos jornalistas, no fim de uma visita a Washington, sobre a situação em Cabo Delgado, província palco de ataques de terroristas nos últimos seis anos.

O contingente militar do Botsuana começou a retirar-se em 5 de abril de Cabo Delgado, norte de Moçambique, marcando o início da saída da Missão da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SAMIM) que combatia o terrorismo naquela província.

Reforço das tropas do Ruanda?

Questionado sobre esta saída em curso da missão da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), prevista até julho, e com a possibilidade do reforço do contingente militar do Ruanda que está na província, o Presidente moçambicano não quis avançar detalhes.

“Não vamos expor como é que nós vamos trabalhar lá”, disse Nyusi, garantindo apenas que Moçambique está na fase de capacitação das Forças de Defesa e Segurança nacional, ao mesmo tempo que decorre a “assistência humanitária” e a “reconstrução daquelas zonas destruídas”.

Face à possibilidade, admitida pelo Ruanda, de reforço do atual contingente de mais de 2.000 homens em Cabo Delgado, a oposição moçambicana tem vindo a criticar essa presença militar no país, alegando que não foi discutida no Parlamento.

“Dizer que isso não foi ao Parlamento, mesmo as mortes que estão ser infligidas não foram discutidas no Parlamento”, ironizou, garantindo que a presença destas tropas resultam de acordos militares anteriores e que também a presença da missão da SAMIM não foi ao Parlamento.

A SAMIM está em Cabo Delgado desde meados de 2021 e, em agosto de 2023, a SADC aprovou a sua prorrogação por mais 12 meses, até julho de 2024, prevendo um plano de retirada progressiva. (LUSA COM DW)

Exit mobile version