Quiseram os santos que por conta própria, Cerveja ainda em tenra idade, procurasse uma corda e tendo como recurso, enforcasse o seu pescoço e por conseguinte ganhasse uma passagem para o mundo do além.
Ouviam-se lamúrias e sátiras naquela casa santa, ahh! Porque era muito malandro, ahh! porque deixou muitas dívidas, ahh porque era muito mulherengo e todos ralhavam sob corpo inerte daquele que antes do último suspiro era um homem bom para alguns e ruim para outros.
Cerveja Fernando foi a Matalana fazer o curso de polícia, mas de um Agente da Lei e Ordem não tinha nada, porque até a respirar pela última vez, andava metido em sarilhos.
Como mandam as etiquetas de um bom funcionamento institucional, quem apronta é punido, o jovem policial foi lançado para o distrito de Mussorize, a sul da província de Manica para lá trabalhar na pedra e comer poeira.
“O nosso irmão Cerveja que aqui está a dormir, tomou essa decisão porque andava em constantes richas com o seu chefe das operações, este que constantemente o colocava nas celas”, lia se numa mensagem familiar, que no mesmo trecho pedia esclarecimentos sobre o assunto ao bufo da polícia em Mussorize que devia estar em algures naquela cerimónia fúnebre.
“Cerveja Fernando deixa dois filhos, mas sem viúva, porque já estava separado com a mãe dos meninos antes de morrer”, acrescentava aquela prescrita mensagem que saia da boca de um dos familiares escolhido na ocasião como a pessoa mais estudada e lúcida do clã Fernando.
“O colega Cerveja Fernando morreu vítima de uma asfixia mecânica”, foi a primeira vez e ao testemunho do Comando Distrital da Polícia da República de Moçambique (PRM) em Mussorize, que soube que quando alguém pega em uma corda e nela se pendura mecanicamente está se asfixiando.
Após o funeral do homem que asfixiou-se mecanicamente há quem recebeu chamada de um credor e quando quis entender o porque de ter andado desligado, respondeu que estava a participar no enterro do Cerveja, a notícia caiu como uma bomba para o agiota, porque o finado também deixou contas a pagar de tal forma que o credor só apalpava soluções para reaver os seus valores monetários.
O que matou Cerveja?
O problema com TSU?
Encarceramento constante?
Avultadas dívidas?
Problema com mãe dos meninos ou asfixia mecânica?
São questões que até então espera-se que sejam esclarecidas com o chefe das operações do Comando Distrital da PRM em Mussorize!! Terão respostas? Dúvido!
Até sempre Cerveja!!
Por: Pedro Tawanda