INTEGRITY – MOÇAMBIQUE, 16 de Agosto de 2022 – No distrito de Nangade, o custo de vida está a sufocar os residentes locais, principalmente as famílias deslocadas que, há quatro meses, não recebem nem o apoio do Governo nem das organizações humanitárias.
“Nestes dias, a situação está mal, muita gente aglomerada aqui na vila, mas sem comida, nós nativos não deslocamos tanto para as nossas machambas e os deslocados pior”, disse Teodósio Jamba, um residente local, para quem os produtos básicos estão cada vez mais a subir.
Segundo a fonte, todos os produtos da primeira necessidade registaram uma subida muito acentuada. Actualmente, o feijão manteiga está a 100 meticais contra 80 do preço anterior. O açúcar castanho também disparou de 80 meticais para 90 a 100 meticais. O arroz também não ficou atrás, variando de 60 a 70 meticais 1 kg; e o óleo alimentar custa 180 a 190 meticais a cada litro.
A fonte acrescentou que a situação é mais dolorosa para as famílias deslocadas, uma vez que, muitas delas, não têm fontes de sobrevivência, algumas não podem ir às suas aldeias levar comida por medo de serem atacadas.
“Os que estão um pouco bem são aqueles que aproveitaram as baixas das lagoas e outros que sabem pescar, mas muitos passam mal, sem comida e sem quase nada” comentou a nossa fonte.
Segundo o entrevistado, os elevados custos de transporte, agravados pela subida de combustível, também complicaram a situação do custo de vida na vila de Nangade. Só na semana passada, o custo de transporte chegou a 500 e/ou 600 meticais de Nangade-sede à vila de Mueda, que é, hoje, principal destino comercial. (Mussa Yussuf para IMN em Cabo Delgado)