INTEGRITY – MOÇAMBIQUE, 16 de Agosto de 2022 – A sonegação de quantidades de ouro extraído de forma desenfreada nas minas de Manica – cujo minério, geralmente, vai ao mercado negro, provocando perdas enormes para a economia moçambicana – está associada ao desconhecimento de números de empresas e trabalhadores afectos nas firmas que extraem o ouro, na sua maioria, estrangeiros.
A situação já preocupa a Organização de Trabalhadores de Moçambique (OTM) Central sindical em Manica, que afirma ter dificuldades de aferir as condições de trabalho, dirimir conflitos trabalhador vs empregador entre outros referendos que põem em causa o bom ambiente de trabalho.
O Secretário Provincial da OTM Central sindical em Manica lamenta pelo facto de muitas empresas mineiras serem credenciadas ao nível central; pois, surpreendem-se com as mesmas a operar no terreno, facto que aperta o espaço de manobra daquele órgão sindical no que tange à fiscalização.
João António Dango fala de existirem muitos estrangeiros a operarem nas mineradoras, no país e no distrito de Manica, em particular, fazendo crer que o moçambicano não tem qualificações para fazer as actividades praticadas pelos estrangeiros, nas minas, trabalho que se cinge em mover quantidades de terra e poluir os rios.
“Sugerimos a nossa presença na vistoria porque, estando lá, podemos conhecer o número de trabalhadores e empresas; assim às escuras, não temos como averiguar os problemas lá existentes, como a instabilidade do contrato, mas a modalidade de acreditação das empresas deixa a desejar e põe-nos em saia justa”, disse Dango.
A presença de trabalhadores estrangeiros em Moçambique, numa empresa, só pode verificar-se quando não há mão de obra nacional qualificada.
“Nas minas de Manica, há muitos estrangeiros que, nalgum momento, não têm qualificação profissional, violando o princípio geral de contratação de mão-de-obra estrangeira e é um problema que deve ser discutido para não lesar o moçambicano” Frisou João António Dango, Secretário Provincial da OTM Central sindical em Manica. (Pedro Tawanda em Manica, para IMN)