“Mais de 32% de eleitores moçambicanos já foram recenseados”

O STAE de Moçambique já recenseou 32,88% dos cerca de 7,7 milhões de eleitores previstos para as eleições gerais de 09 de outubro deste ano. Mas o processo não arrancou em Quissanga devido à insegurança em Cabo Delgado.

A porta-voz do Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE) de Moçambique, Regina Matsinhe afirmou, em declarações à emissora pública Rádio Moçambique, que mais de 2,4 milhões de votantes foram inscritos nos primeiros 15 dias do recenseamento eleitoral, completados hoje, o que corresponde a 32,88% do número de eleitores previstos para a inscrição.

Matsinhe afirmou que no dia 30.03 arrancou o registo de cidadãos moçambicanos residentes no estrangeiro, prevendo-se atingir cerca de dois milhões de eleitores.

A porta-voz do STAE adiantou que o número de votantes recenseados pode estar acima do já registado, uma vez que há dados ainda não contabilizados, devido a dificuldades de envio de informação sobre a operação.

Recenseamento não arrancou em Quissanga

“Em Quissanga, o recenseamento eleitoral ainda não começou, porque ainda não conseguimos colocar as brigadas lá”, afirmou a porta-voz do STAE, Regina Matsinhe, em declarações à emissora pública Rádio Moçambique.

Matsinhe afirmou que o distrito de Quissanga é o único onde o recenseamento eleitoral ainda não arrancou na província de Cabo Delgado, norte de Moçambique, assolado por ataques terroristas há mais de seis anos.

A província de Cabo Delgado enfrenta há seis anos uma insurgência armada com alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

Depois de uma ligeira acalmia em 2023, estes ataques multiplicaram-se nas últimas semanas, criando cerca de 100 mil deslocados só em fevereiro, além de um rasto de destruição, morte e famílias desencontradas.

O recenseamento eleitoral iniciou-se no dia 15 de março e vai decorrer até 28 de abril no país, e a partir de hoje e até 28 de abril no estrangeiro, num processo que vai custar quase 20 mil milhões meticais (288 milhões de euros), segundo os últimos dados avançados pela Comissão Nacional Eleições (CNE).

O órgão eleitoral espera inscrever mais de sete milhões de pessoas este ano, num processo que conta com, entre outros, 9.165 postos de recenseamento e 6.330 brigadas.

Moçambique realiza eleições gerais em 09 de outubro deste ano, incluindo presidenciais, às quais já não pode concorrer o atual chefe de Estado e líder da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO, no poder), Filipe Nyusi, por ter atingido o limite constitucional de dois mandatos. (LUSA COM DW)

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