INTEGRITY – MOÇAMBIQUE, 15 de Agosto de 2022 – É mais uma situação que comprova a quantos anda a relação entre Maputo e Kigali. Na semana passada, dois criminosos de nacionalidade ruandesa foram detidos em flagrante delito por uma brigada operativa da Polícia da República de Moçambique (PRM). Os meliantes estavam prestes a protagonizar um assalto de uma viatura à mão armada, tendo sido detidos cinco criminosos confessos, entretanto, no grupo, dois são “sicários ruandeses”, pertencentes a uma rede complexa que tem sido usada como “esquadrão da morte do Ruanda”, que serve para desestabilizar os refugiados ruandeses em Moçambique.
Segundo fontes da “Integrity”, os dois sicários participaram em acções maléficas que culminaram em assaltos e assassinatos de um número considerável de seus compatriotas, tendo sido denunciados por várias vezes, mas, infelizmente, como o grupo trabalha em conluio com certos corredores policiais e da secreta moçambicana, sempre que são detidos, os mesmos são soltos e voltam a protagonizar assaltos, torturas e mortes. De acordo com fontes seguras, entre os anos de 2013 a 2015, os “sicários ruandeses”, assaltaram casas de refugiados ruandeses em Maputo, tendo queimado suas vítimas com ferro de engomar e retirado a sangue-frio seus dentes com alicate.
Conforme garantiram as fontes, acontece que depois da detenção, a informação chegou a figuras de proa a nível dos representantes de Kigali, em Moçambique, acabando por instalar uma grande agitação no seio dela, o que levou a uma reunião de emergência com a secreta ruandesa posicionada no país, para que tudo fosse feito para libertar os mesmos – contactos foram encetados, tendo inclusive se criado um “Fundo de Solidariedade” que serviu para “massagear” os oficiais da esquadra onde os mesmos se encontravam, tendo, estranhamente sido soltos, sem terem respondido a qualquer juiz, pela qualidade e gravidade dos crimes que lhes são imputados.
No entanto, conforme afiançou a nossa reportagem, uma “nova lista” de alvos a abater foi disponibilizada e nos próximos dias, todos os refugiados ruandeses vistos como resistentes a nova estratégia de proximidade com o executivo, terá o mesmo fim dos anteriores críticos do regime vigente no Ruanda. De referir, que nos últimos anos vários cidadãos de nacionalidade ruandesa foram sequestrados e assassinados em Moçambique, mas até aqui, nenhum caso foi esclarecido e muito menos houve qualquer detido ou condenado. (INTEGRITY)