De acordo com uma publicação da Rádio Moçambique, a liberalização do mercado do açúcar no Maláui surge numa altura em que as duas empresas locais de produção baixaram a sua capacidade, face a alguns desafios impostos pelas mudanças climáticas.
“O país está desde janeiro passado com uma crise acentuada de falta de açúcar no mercado. A situação ditou o agravamento e especulação de preços do produto, onde um quilograma disparou dos antigos 1700 kwachas (64 meticais) para 3000 kwachas (115 meticais)”, descreveu o órgão de comunicação.
Perante esta situação, o ministro malauiano da Indústria e Comércio, Sosten Gwengwe, explicou que o Executivo se viu obrigado a liberalizar o mercado, como forma de aumentar a oferta e reduzir o preço do produto ao consumidor.
“Mesmo em contestação às duas empresas de produção que detinham o monopólio do mercado, o Governo não vai alterar a sua decisão, pois pretendemos imprimir maior competitividade comercial”, argumentou.
Segundo o dirigente, até ao momento, já foram encerrados sete estabelecimentos comerciais por sobrefacturação do preço do açúcar.
Em janeiro, os produtores de açúcar no País garantiram que a paralisação da produção na empresa Maragra Açúcar não estava a afectar o abastecimento no mercado, garantindo haver “stock” suficiente para responder às necessidades internas e de exportação.
“Não há falta de açúcar no mercado, existe produto mais do que suficiente. Apesar de a Maragra Açúcar ser de grande importância, existem outros produtores como as fábricas de Xinavane e Mafambisse, que continuam empenhadas em abastecer o mercado a todos os níveis”, afirmou o Director-executivo da Associação de Produtores de Açúcar de Moçambique, Orlando da Conceição.
A Maragra Açúcar situa-se no distrito de Manhiça, a 80 quilómetros a norte da província de Maputo, produzindo, anualmente, 80 mil toneladas de açúcar, fruto de mais de 460 mil toneladas de cana, também cultivadas nas suas propriedades. É detida em 99% pelo Ilovo, grupo sul-africano presente em seis países da África Austral, e por 1% por outro investidor. (Diário Económico)