Crous, que é também sócio da consultora sul-africana Fly Modern Ark (FMA), assumiu o cargo esta semana e garantiu que um dos objectivos é continuar com a “revisão dos activos” e a “reestruturação financeira” da companhia.
“Vamos rever as parcerias estratégicas, com a Boeing, Bombardier, Embraer e De Havilland e o mesmo será feito em relação às empresas de aluguer de aeronaves que trabalham com a Linhas Aéreas de Moçambique”, explicou.
O responsável apontou que se irá “trabalhar na criação do plano estratégico 2025-30, fazer a renovação e padronização da frota e consolidar as novas rotas, Maputo-Lisboa e Maputo-Cidade do Cabo”, salientando que “a expansão das rotas domésticas, regionais e intercontinentais também está entre os objectivos”.
Na quarta-feira (28), o conselho de administração da LAM anunciou a cessação de funções do Director-Geral da companhia, João Carlos Pó Jorge, no âmbito das medidas de revitalização.
Sobre o caso, o ministro dos Transportes e Comunicações, Mateus Magala esclareceu que o acto visa imprimir um novo dinamismo na empresa, acrescentando que “às vezes, é preciso ajustar a máquina”.
“As exonerações são normais para que possamos colocar pessoas que vão poder trabalhar dentro do sistema e engrenar nos parâmetros desejados. Mas nem sempre a exoneração significa que tudo está mal ou que aquele gestor não tem valor”, disse.
O governante revelou ainda que o Executivo poderá renovar o contrato com a consultora sul-africana contratada no ano passado, com a missão de estabilizar a transportadora aérea nacional.
“Estando a entidade a fazer bem o seu trabalho, não há razões para que não continue a intervir na recuperação da companhia de bandeira”, justificou.
Magala explicou que o objectivo de reestruturar a companhia aérea nacional continua assente, por isso, as autoridades governamentais estão empenhadas em procurar por mais conhecimento.
“Pretendemos transformar a LAM num modelo de instituição pela qual todos os Moçambicanos se sintam orgulhosos. No entanto, como já tínhamos referido antes, o nosso grande plano é a estabilização. Só depois disso, iremos decidir, em conjunto, se a empresa será privatizada”, elucidou.
Recentemente, a Fly Modern Ark denunciou um esquema de desvio de dinheiro em lojas de venda de bilhetes, através de máquinas dos terminais de pagamento automático (POS) não pertencentes à companhia.
“Fizemos um trabalho relâmpago com a segurança interna da LAM, durante o qual recolhemos todos os POS nos 20 pontos de venda de bilhetes. Há algumas lojas onde os próprios chefes dos estabelecimentos não reconhecem as máquinas e dizem não saber sequer a quem pertencem”, declarou o Director do projecto de reestruturação, Sérgio Matos. (DE)