Escrito por: António Cumbane, Jornalista – [email protected]
INTEGRITY – MOÇAMBIQUE, 09 de Agosto de 2022 – Nos dias de hoje, o mundo tem estado a dar sinais diferentes, ou seja, tem estado a mostrar evidências de repulsa daquilo que se julga inconveniente. O exemplo disso, vem de Angola, país irmão de Moçambique. Irmão por duas razões fundamentais: o MPLA partido libertador, a sua história se confunde com a FRELIMO, organização política no poder em Moçambique.
Gostei de ver o presidente Nyusi, na abertura da VII (7a) Conferência Nacional da Juventude (CNJ) e gostava de ter visto também o presidente da República da África do Sul, Cyril Ramaphosa, igualmente presidente do ANC com os jovens. Gostava de ter visto a astúcia em Angola, de forma frontal com os chamados jovens ingovernáveis. Aqueles que chamam o presidente de tu.
Não gosto de fazer citações porque, no meu entender mostram a nossa fragilidade em produzir um raciocínio próprio, a partir que lemos, mas fiquei profundamente preocupado com as declarações do PR na abertura do encontro com os jovens que decorreu em Maputo.
Ele não respondeu e muito menos deu sinais de resposta ao pedido quase que feito de joelhos pelos jovens. Falo da criação de condições para facilitar e ou simplificados os requisitos para o jovem empreender da vida, aquilo que os outros preferem chamar de empreendedorismo, mas um prefiro a palavra criatividade.
Existem fundos de iniciativas juvenis, quem não sabe disso? Mas a pergunta é simples: quem consegue chegar até lá? Ou seja, quem consegue reunir requisitos para tal?. Há um problema que se criou em Moçambique com o novo paradigma da OJM, braço juvenil da FRELIMO. São 30 anos indicados para se ser jovem, numa situação em que em Moçambique, como uma educação que não liberta a consciência, só se pode ser jovem activo aos 45 anos de idade.
Assim fica vedada a possibilidade dos jovens, adultos que estão a criar ou a empreender, já que a palavra é essa, aceder aos valores. Fala-se do jovem, compara-se e concluiu-se. Fala-se de tudo e menos nada e se esquece que este jovem estudou aqui, onde a educação é lenta.
Pede-se ao jovem moçambicano, algo impossível do estilo, já cresceste vá a luta enquanto não está preparado.
Em baixo do meu prédio, conheço um senhor que adoptou a moda dos que tem taco e faz esfregar isso nos nossos olhos. Usa os meios públicos para ir deixar e levar o seu filho numa escola privada. Por outras palavras, aquele senhor quer nos dizer que cada um que se lixe. Quer transmitir uma mensagem de saque, tipo quando chegar ao meu cargo, faça o mesmo. Tipo eu coloquei o meu filho na escola que liberta a consciência. Estamos mal!
Fomos feitos moçambicanos e governados a nossa maneira. A juventude é e sempre será a esperança para um país que se quer ver livre da dicotomia dos velhos tempos.
Temos que acordar. Não basta fazer apelos para que a juventude se distancie do vandalismo e do terrorismo. É preciso acarinhar todos os jovens, repito: todos os jovens sem distinção das cores partidárias e ou religiosas porque estes, são os percursores da nação.
Tenho dito e muito obrigado!