Na ocasião, a população exigia a cabeça de um comerciante local que se dedica na venda de milho, porque o acusava de estar a usar “magia negra” para travar a chuva para normalmente proceder com o seu negócio do cereal. Os populares, munidos de bombas de fabrico caseiro, paus, pedras e outros instrumentos contundentes, dirigiram-se primeiramente ao Comando Distrital da Polícia, onde estava detido o alegado “feiticeiro” que está impedir a queda da chuva e no local a polícia teve que reprimir a acção.
De seguida, a fúria popular dirigiu-se à residência do acusado, onde para além de destruir o muro de vedação, ateou fogo na casa e incendiou duas viaturas, e uma mota para além de pilhar várias quantidades de milho conservados num armazém pertencente ao comerciante, que alegadamente não faz chover naquele distrito, tido como local de escassez de chuva devido ao clima.
Durante os tumultos a Polícia interveio e ao dispersar a população o menor encontrou à morte. “Ainda estamos a apurar as circunstâncias que levaram o menino a perder a vida no local, porque quer a polícia quer a população usavam força durante o incidente e que neste momento várias forças policiais estão no distrito de Guro para reprimir em caso de uma eventual manifestação”, explicou Mateus Mindú, Porta- voz do Comando Provincial da Polícia da República de Moçambique (PRM) em Manica, quem repudia a atitude da população porque segundo ele, nenhum humano tem o poder de parar à chuva.
Na última quinta-feira (15.02), no distrito de Báruè também a norte da província de Manica, a polícia foi obrigada a dispersar através de disparos para o ar a população que exigia a cabeça de dois jovens que teriam assassinado um cidadão e a posterior tirado do finado uma mota de marca Lifan Camel. (Pedro Tawanda, em Manica)