Se alguém tinha dúvidas de que este país está penhorado a agiotas que tire, definitivamente, o cavalinho da chuva.
Sem o consentimento, mais uma vez, da Assembleia da República, o Chefe de Estado, Filipe Nyusi, e a sua comitiva, decidiram, unilateralmente, solicitar os préstimos do Ruanda para combater o terrorismo radical instalado pelo Estados Islâmico na nortenha província de Cabo Delgado, sem, no mínimo, partilhar os termos dos acordos com o legítimo dono do país.
O povo moçambicano. E a dez meses de abandonar o país, deixa-nos um país manzelado em todas as dimensões: uma economia fraca; um país em guerra; um sistema de educação e saúde caóticos, entre outros.
Por outro lado, dirão, igualmente, que as forças conjuntas da SADC também estão no campo de batalha. Certo. É que esses termos são largamente conhecidos, mas os de Kagamé são largamente desconhecidos.
O facto é que as mortes, as decapitações, a iminente instauração da sharia começam a tomar proporções de longe anormais. Hoje, os terroristas até ousam instalar portagens em solo pátrio. E enquanto isso, os nossos irmãos e filhos entregam a sua vida por um país que se mostra não comprometido com a causa nacional, e sim a reboque de agendas outras obscuras.
E isto já era previsível! Não há memória de uma única nação com empreendimentos, recursos naturais explorados pela Total, em África, que não esteja em conflito, curiosamente na região onde se exploram tais recursos e Moçambique não seria excepção à regra.
Diga-se o que se dizer, mas não há dúvidas de que esta guerra tem o beneplácito de alguns grupos internos e externos com interesses nacionais. Portanto, enquanto não se sanear este grupo instalado, o país vai tombando a pique, à semelhança das LAM, que já quase não voa por falta de combustível e de receitas.
De resto, enquanto não se sanear a quadrilha instalada na LAM com o beneplácito do IGEPE, os sul-africanos contratados por Mateus Magala para estruturarem as contas da LAM, nada farão. Continuaram a facturar sem saber para onde caem os montantes em causa. Enfim, quo vadis Moçambique?
Xavier Uamba