Alexei Navalny, que se notabilizou pela sua oposição de mais de uma década ao regime de Vladimir Putin, o político morreu na prisão, para onde foi enviado, pelo governo do Moscovo, sob acusações de fraude que os seus apoiantes sempre defenderam terem sido apenas meras fabricações para conseguir calar uma das vozes mais mobilizadoras da Rússia.
Político, activista, investigador de casos de corrupção e ex-gestor de fortunas, tinha 47 anos e estava detido numa prisão a cerca de 60 quilómetros a norte do Círculo Polar Ártico, na região de Yamalo-Nenets, onde cumpria uma pena de 19 anos de prisão por “extremismo”, a última de uma série de veredictos que o teriam levado a passar as próximas três décadas encarcerado.
Recorde-se que em janeiro, gravou um vídeo na prisão, onde aparecia magro e com a cabeça rapada. Nos últimos meses, a sua família e equipa legal tinham avisado sobre a deterioração do seu estado de saúde. O Serviço Federal Penitenciário de Yamalo-Nenets avançou que Navalny “sentiu-se mal” depois de uma caminhada, esta sexta-feira, e “quase de imediato perdeu a consciência”.
Navalny começou a aparecer nas notícias com mais frequência há mais de uma década, no início de 2011, quando liderou os protestos, na altura inéditos, contra a fraude eleitoral e a corrupção governamental, investigando o círculo íntimo de Putin e publicando as suas conclusões em vídeos no Youtube, onde se tornaram virais. Todo o mundo, não só a Rússia, ficou a saber, por exemplo, que Putin tinha construído um palácio à beira-mar, com o dinheiro dos contribuintes. (Nando Mabica)